quinta-feira, 18 de abril de 2013

Encontros imediatos do 3º grau

Em complemento do meu blog do passado dia 9 de Abril (“Descaramento e falta de vergonha”), não resisto em divulgar extractos de um artigo de José António Saraiva publicado no semanário “Sol” sobre a entrevista de 3 de Abril concedida pelo pinóquio à RTP 1.

http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=72630&opiniao=Pol%EF%BF%BDtica+a+S%EF%BF%BDrio
” (...) Ele (Vale e Azevedo) olhou para mim espantado, e acabou por dizer:
– Arq.º Saraiva, está enganado! Eu tinha razão em tudo o que disse!
Percebi que não valia a pena contra-argumentar. O homem estava absolutamente convencido da sua verdade e nada o demoveria. Foi esta a ideia que me veio à cabeça no fim da entrevista com Sócrates na quarta-feira da semana passada (3 de Abril).
Sócrates e Vale e Azevedo são almas gémeas. Têm personalidades muito próximas. São ambos megalómanos, perseverantes, combativos e portadores de uma energia inesgotável, acham que não fizeram nada de errado mas levam instituições à falência, têm um enorme desplante, mentem com toda a convicção (porque parecem não saber distinguir entre a verdade e a mentira) e tudo aquilo em que se metem é nebuloso.
No princípio da entrevista, Sócrates garantiu que não seria candidato a Belém. Lembrei-me de que, dois ou três meses antes de assumir a liderança do PS, ele me disse que ia abandonar a política. Perante a minha insistência, respondeu-me que era uma decisão inabalável, pois Guterres tinha saído muito mal do poder e ele não queria passar pelo mesmo... (...).

Depois deste intróito, Sócrates atacou os que criticaram o seu regresso à TV, dizendo que o queriam calar, que pretendiam impedi-lo de se defender, que tal era antidemocrático e mostrava «o carácter dessa gente». Ele seria incapaz de fazer o mesmo a alguém.
Neste ponto da entrevista, senti um sobressalto: mas, afinal, quem pressionou a TVI para afastar Manuela Moura Guedes? Quem manobrou para pôr José Manuel Fernandes fora do Público? E Mário Crespo fora da SIC? Quem enviou Rui Pedro Soares a Madrid para comprar a TVI, em nome da PT, com vista a mudar-lhe a orientação? Quem deu instruções a Armando Vara, então administrador do BCP, para fechar o SOL?
Sócrates desencadeou uma ofensiva sem precedentes contra vários órgãos de comunicação social, e agora tem o desplante de se queixar de que não queriam deixá-lo falar? (...). Queriam amordaçá-lo? (...). A entrevista prosseguiu com Sócrates a rebater os «embustes» de que foi vítima e a corrigir a «narrativa» que se escreveu a seu respeito. (...). Sócrates fingiu, porém, que não ouviu. Continuou na sua (...) usou várias vezes um truque: acusou-os (os entrevistadores) de repetirem as «mentiras da direita» a seu respeito (...).
Um herói incompreendido. Quase um mártir.
Este tom perpassou por toda a entrevista. Sócrates nunca foi um carrasco – foi sempre uma vítima. pelo aumento da dívida. Uma vítima "dessa gente" que o queria agora calar. (...). 
A verdade é que há demasiadas interrogações no percurso de José Sócrates. 
Foi a coincineração da Cova da Beira, os mamarrachos da Câmara da Guarda, o diploma da Universidade Independente, o Freeport, o Face Oculta, o Tagus Parque…   
A propósito: de nada disto se falou na entrevista.”

A reter? Por exemplo, o pinóquio acha que não fez nada de errado, tem um enorme desplante, mente com toda a convicção, não consegue distinguir entre a verdade e a mentira.

 











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