Na
edição “on line” do jornal Público de 21 de Dezembro, aparecem como subtítulos:
-
“Factura do BANIF para os contribuintes pode chegar aos 3835 milhões de euros”,
-
“A política tem que começar a ser diferente da vigarice”,
-
“Passos Coelho tem de se explicar”.
Estes
subtítulos merecem os seguintes comentários:
1
– O valor pago pelos contribuintes relativo à ajuda do Estado para o “saneamento” do sistema financeiro
eleva-se à data a cerca de 14.000 milhões de euros, dos quais mais de 3.500 milhões para o BANIF. Para informação mais detalhada consultar:
http://www.dn.pt/economia/interior/ajuda-aos-bancos-custou-195-mil-milhoes-a-portugal-4782803.html e http://observador.pt/2015/12/22/tribunal-contas-apoios-publicos-aos-bancos-atingiram-11-822-milhoes-ate-2014/
http://www.dn.pt/economia/interior/ajuda-aos-bancos-custou-195-mil-milhoes-a-portugal-4782803.html e http://observador.pt/2015/12/22/tribunal-contas-apoios-publicos-aos-bancos-atingiram-11-822-milhoes-ate-2014/
2
– A “era Passos/Portas” não é só uma
vigarice, que a campanha do período eleitoral fez esquecer, é também um
conjunto de mentiras;
3
– Passos Rabbit explicar-se-á tão bem como a brilhante ex-ministra das Finanças
Maria Luís na sua entrevista televisiva de ontem: não sabe de nada e a culpa é
de outos. Lembrou-me as declarações prestadas por aldrabões na Comissão
Parlamentar de Inquérito ao caso BES.
Pedro
e Paulo para chegarem ao governo prometeram em 2011 que não haveria corte de
pensões, corte de salários, aumento de impostos. Mentiram porque, uma vez
sentados na cadeira do poder, implementaram não só o dobro das medidas de austeridade previstas no Memorando
da Troika mas também legislaram o maior aumento de impostos da história recente
de Portugal, como afirmou o insuspeito e respeitadíssimo ex-ministro das
finanças Victor Gaspar. Mentirosos, portanto.
A
vigarice não se ficou por aqui, basta lembrar o modo opaco como foram levados
os processos de privatização, nomeadamente o da TAP já com o governo de Pedro e
Paulo com uma acção limitada a uma gestão corrente, os ditos “cofres cheios”
cujo nível hoje não se sabe qual é de facto, a aldrabice eleitoral da redução da
sobretaxa do IRS e os eteceteras que o tempo revelará estarem escondidos sob o
tapete. Um dos etc de hoje (os de amanhã não se conhecem) é o caso BANIF.
Passo
a citar o editorial do Público:
http://www.publico.pt/politica/noticia/um-monumento-a-irresponsabilidade-da-era-passos-1718124
http://www.publico.pt/politica/noticia/um-monumento-a-irresponsabilidade-da-era-passos-1718124
“O
estouro do Banif é um exemplar manifesto de incompetência, irresponsabilidade e
dolo. Desta vez, e ao contrário do que aconteceu com o BES, não se conhecem
actos de manipulação de informação relevante nem práticas de gestão suspeitas
de condutas criminosas. Quando António Costa nos deu conta da resolução do
Banif e da brutal factura que todos teremos de pagar, foi muito fácil constatar
que este era um desastre cada vez mais evidente a cada adiamento, a cada varrer
do lixo para baixo do tapete, a cada hesitação denunciadora da falta de
coragem. Desde Dezembro de 2014 que se sabia que o Banif não conseguia assumir
os seus compromissos com o Estado, desde sempre que se conhecia o criticismo e receio
com que a Direcção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia olhava para a
forma como o Governo geria a situação. Os oito planos de reestruturação
chumbados eram prova cabal de que o tempo não resolveria coisa nenhuma. Nestes
três anos, Maria Luis Albuquerque, Pedro Passos Coelho e o Governador do Banco
de Portugal limitaram-se porém a tergiversar, a prometer soluções que ora não
avançavam por causa da saída limpa, ora ficavam congeladas por causa do
calendário eleitoral. Quando Bruxelas anunciou que a brincadeira estava para
acabar (este fim-de-semana), bastou uma notícia especulativa na TVI para que
mil milhões de euros desaparecessem do balanço e a salvação do Banif passasse a
ser feita à custa dos impostos. A aura de Pedro Passos Coelho como político
responsável, que quer que “se lixem as eleições”, apagou-se nessa conta
astronómica. Já se sabia que os cidadãos teriam de pagar alguma coisa, mas três
mil milhões de euros é um custo demasiado alto para que a sua gestão neste caso
mereça um mínimo de condescendência.” (fim de citação).
O
Governo de Pedro e Paulo? Uma cambada.
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