quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A Nova Guerra.


Começou. 
Os acontecimentos sangrentos do passado muito recente que incluem terrorismo e assassinatos, abates de aviões civil e militar russos, matança em Paris, tiroteios mortíferos nos EU, assassínios na Grã Bretanha, Tunísia e Mali, estados de emergência e cancelamento de eventos públicos na Bélgica e na Alemanha são sinais. Sinais da impotência de nações politica e militarmente poderosas, sinais de perigoso antagonismo entre potências. Sinais de guerra.
A extrema violência que recentemente deflagrou é diferente da ocorrida no passado. Para além de uma raíz religiosa, como ocorreu na Europa no século XVI com a reforma protestante e mais recentemente com a questão irlandesa, e para além de um problema nacionalista como o do país basco ou de um terrorismo político como o das brigadas vermelhas e dos extremistas palestinianos, a violência de hoje é muito próxima da de uma guerra, sobretudo no sofisticado armamento, no profissionalismo, na logística, no planeamento. 
O Médio-Oriente foi desmantelado por pressões externas de que a invasão do Iraque e a chamada “Primavera Árabe” são exemplos. Porquê impor a todos os povos e a todas as culturas regimes políticos que são próprios apenas dos povos e das culturas ocidentais?: pelos enormes ganhos financeiros no monopólio do comércio das matérias primas em geral e do petróleo muito em particular.
Vive-se um mundo violento e perturbado, desde o Kurdistão ao Iemen. O Ocidente assiste impávido ao colapso de estados e apoia a desorganização territorial daquela zona. 
No passado mês de Outubro, a Alemanha anunciou que iria ter um papel mais activo no combate aos jihaditas. Aviões, navios de guerra e 1200 militares irão intervir na Síria. Também, muito recentemente, a Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou a intervenção da Força Aérea na Síria. Ocorreram, então, em Londres manifestações contra esta intervenção lembrando-se os fracassos no Iraque e no Afganistão.
O Ocidente não aprendeu com a experiência recente: os bombardeamentos aéreos não resolveram nada, provocando milhares de vítimas civis e acirrando o ódio contra o Ocidente.
A barbárie ocorrida em Paris mudou tudo. A Europa está em guerra a qual, no entanto, é de muito difícil combate só será ganho a longo prazo com a destruição das fontes de financiamento e de armamento do Daesh ** e com tropas árabes no terreno, nomeadamente da sunita Arábia Saudita apoiada pelo Ocidente. Arábia Saudita mãe do fanatismo religioso, mãe do Al Qaeda de ontem e do Daesh de hoje.
Ocorrerão mais guerras limitadas com assassínios, terror e subversão que constituem a nova guerra que o presidente Hollande anunciou numa 6ª Feira 13.
** A Amnistia Internacional identificou recentemente a natureza e as fontes de fornecimento do armamento do DAESH. São mais de cem os tipos de armamento provenientes de mais de 25 países. As forças armadas do Iraque são um dos principais fornecedores, quer directa quer indirectamente como aconteceu com a conquista de Mossul.

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