sábado, 22 de novembro de 2014

Sócrates dentro



“Nada há de encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”
Mateus 10:26.
Sócrates dentro,   
, por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
É um incómodo que lhe não vai fazer grande mal, para além do “kaput” de
uma carreira política. Nada o vai livrar disso. Do resto? Safa-se por advogados
do melhor que a sua mal ganha e inexplicável fortuna irá pagar.
Surpreendido? Sim, por só ser agora.
É mau para o PS? Sim, é uma bomba política cujos estilhaços o atingem
e com consequências negativas na sua luta pelo poder, até hoje com grandes probabilidades de victória.
Basta lembrar as declarações irresponsáveis e desnecessárias do seu líder
parlamentar Ferro Rodrigues de louvor ao saudoso líder José Sócrates (às quais, curiosamente, se juntam, num espaço temporal muito curto, apelos ao Presidente da República para uma sua condecoração e uma condecoração pela Câmara Municipal da Covilhã) e, também, a necessidade sentida pelo seu Secretário Geral, António Costa, de envio de um SMS aos militantes.
José Sócrates? Um aldrabão, um mentiroso, que a suspeição acompanhou sempre desde o início da sua carreira. Hoje é suspeito, de acordo com a Procuradoria Geral da República, de fraude, branqueamentio de capitais e de corrupção. Até ontem conseguiu escapar à justiça. Como?
A casinha em Paris no bairro de Passy, no muitíssimo refinado bairro do XVI éme? Afinal não foi alugada, foi comprada por três milhões de euros. As casinhas no edifício Castil de Lisboa? Até agora, continuam a ser compras com as poupanças da mãezinha que passou, por passes de mágica, a herdeira rica. O curso numa prestigiosa escola de gestão europeia em Paris? Custeado por um empréstimo ao banco. A possibilidade de uma luxuosa vida após a sua saída de primeiro ministro de Portugal? Economias de vários anos de vida dedicada à causa pública. Etecetera-e-tal.
Surpresa? Para mim apenas a do indivíduo ter ido dentro só agora. Haverá
compadrios, haverá uma vergonhosa defesa de vergonhas que a muitos poderá atingir, haverá pusilanimidade a todos os níveis e já há descabida retórica políticopartidária ( "é um dia triste para Portugal", "tentativa de humilhação", "os políticos não são todos iguais") que só o políticamente conveniente pode justificar.
Mas, explicações para quê? A justiça adormecida durante anos pelo poder e
pelos interesses, apagou a indiscutível falsa licenciatura, os casos “Freeport”,
“Monte Branco”, “Face Oculta” e só actuou ao retardador (como eventualmente
é conveniente e certamente politicamente aconselhável) depois do
“engenheiro” deixar de ser poder e de "marçano" passar a ser rico para além do que é compreensível.
Acho que as alterações ao nível da Procuradoria Geral da República foram
determinantes e não acredito numa acção governativa vingativa ou
competente.
Enfim, uma vergonha a somar a tantas outras: foi o BPN (que é feito do 
Oliveira e Costa? E onde para o Dias Loureiro?). E foi o BPP, e o caso dos submarinos, liminarmente resolvido pela justiça alemã e que por cá continua em "águas de bacalhau". Por que será? E é o BES e a PT e é a corrupção instalada em altos dirigentes de importantes e sensíveis organismos do Estado, como é o caso dos serviços de registos e notariados, dos serviços de segurança e da justiça, envolvidos na concessão fraudulenta de vistos "gold".
Tantos cúmplices miseráveis, com a esquerda e a direita misturadas num
agoniante pacote central com a extrema esquerda portuguesa recebendo
rejubilante o populismo demagógico e perigosíssimo do “Podemos” espanhol,
do “Syriza” grego e do “Sinn Féin” irlandês num congresso fratricida.
Hoje, em Portugal, não há força política que se preocupe com o cidadão, apenas partidos que olham para o umbigo com dirigentes que agem de acordo
com interesses pessoais ignorando o interesse público. Vivemos ("pardon my english”) na mais completa m....
Olhem, para me animar e anestesiar, vou assistir ao resumo do Benfica-Moreirense. Bater nos mais fracos é um hábito descansativo e pouco perigoso
como comprova a política recente.

                                  

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