Há 25 anos (a 9 de Novembro de 1989) começou a ser derrubado o “Muro de Berlim” também conhecido por “Muro da Vergonha” que separava, em Berlim, as duas metades da Alemanha.
A sua construção pela República Democrática Alemã (RDA)
teve início a 13 de Agosto de 1967. O muro era constituído por 155 km de
vedação (dos quais 66,5 km na fronteira em Berlim), 302 torres de vigilância,
127 troços de rede metálica electrificada. Em Berlim, a vedação era constituída
por um muro de betão com cerca de 3 m de altura precedido, para o lado de
Berlim Este, por uma vedação metálica.
Para além dos militares, 1000 cães asseguravam a guarda.
Segundo números das autoridades comunistas, das tentativas de fuga para o
Ocidente resultaram oitenta mortos (fontes ocidentais asseguraram que foram
mais de duzentas), cento e doze feridos e milhares de prisioneiros.
A data foi celebrada e objecto de grande cobertura
mediática, como se compreende. “Como se compreende” depende. Ora leiam este
extracto de um longo editorial com 9 pontos do jornal “Avante” (órgão oficial do Partido Comunista Português), nº
2136 do passado dia 6 de Novembro:
“A pretexto da passagem de 25 anos sobre a chamada
«queda do muro de Berlim» está a ser levada a cabo uma campanha anticomunista
de intoxicação da opinião pública.” (...)
“Mais do que a ‘queda do muro de Berlim’ o que as forças da reacção e da social-democracia celebram é o fim da República Democrática Alemã (RDA), é a anexação (a que chamam de ‘unificação’) da RDA pela República Federal Alemã (RFA) com a formação de uma ‘grande Alemanha’ imperialista (...).
“Mais do que a ‘queda do muro de Berlim’ o que as forças da reacção e da social-democracia celebram é o fim da República Democrática Alemã (RDA), é a anexação (a que chamam de ‘unificação’) da RDA pela República Federal Alemã (RFA) com a formação de uma ‘grande Alemanha’ imperialista (...).
E,
mais adiante,: (…) Mas o imperialismo nunca desistiu das suas tentativas de
liquidar a RDA socialista acabando em 1989 por alcançar a vitória, conseguindo
que manifestações (...) ganhassem a dinâmica
contra-revolucionária que conduziu (...) à
anexação forçada da RDA pelo governo de Helmut Kohl.(...). A construção do muro
de Berlim em 1961, com carácter defensivo (...) é a resposta a constantes
provocações na linha de demarcação entre a parte Leste e Ocidental da cidade(...). Um tal contexto confere ainda mais significado às
realizações e ao prestígio mundial da RDA socialista, e à sua activa política
de paz e de solidariedade internacionalista (...).
http://www.avante.pt/pt/2136/internacional/132905/
É chocante verificar a dualidade de critérios na posição
do PCP. De facto, os muros erigidos por
Israel, pela Coreia do Sul, por Marrocos, pelos EUA são todos eles “barreiras do mais variado tipo (sociais, raciais, religiosos
e outros), por esse mundo fora, incluindo muros físicos intransponíveis” (ponto 4 do editorial), ao passo que o de Berlim tinha “caracter
defensivo” (ponto 5), o qual, se calhar, era transponível...
(Brejnev e Honecker)
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