segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O "Muro de Berlim" e o Partido Comunista Português



              
                                                        (in Wikipédia)                
Há 25 anos (a 9 de Novembro de 1989) começou a ser derrubado o “Muro de Berlim” também conhecido por “Muro da Vergonha” que separava, em Berlim, as duas metades da Alemanha.
A sua construção pela República Democrática Alemã (RDA) teve início a 13 de Agosto de 1967. O muro era constituído por 155 km de vedação (dos quais 66,5 km na fronteira em Berlim), 302 torres de vigilância, 127 troços de rede metálica electrificada. Em Berlim, a vedação era constituída por um muro de betão com cerca de 3 m de altura precedido, para o lado de Berlim Este, por uma vedação metálica.
        
                                                     (in Wikipédia)                    
Para além dos militares, 1000 cães asseguravam a guarda. Segundo números das autoridades comunistas, das tentativas de fuga para o Ocidente resultaram oitenta mortos (fontes ocidentais asseguraram que foram mais de duzentas), cento e doze feridos e milhares de prisioneiros.

A data foi celebrada e objecto de grande cobertura mediática, como se compreende. “Como se compreende” depende. Ora leiam este extracto de um longo editorial com 9 pontos do jornal “Avante” (órgão oficial do Partido Comunista Português), nº 2136 do passado dia 6 de Novembro:

“A pretexto da passagem de 25 anos sobre a chamada «queda do muro de Berlim» está a ser levada a cabo uma campanha anticomunista de intoxicação da opinião pública.” (...) 
“Mais do que a ‘queda do muro de Berlim’ o que as forças da reacção e da social-democracia celebram é o fim da República Democrática Alemã (RDA), é a anexação (a que chamam de ‘unificação’) da RDA pela República Federal Alemã (RFA) com a formação de uma ‘grande Alemanha’ imperialista (...).

E, mais adiante,: (…) Mas o imperialismo nunca desistiu das suas tentativas de liquidar a RDA socialista acabando em 1989 por alcançar a vitória, conseguindo que manifestações (...) ganhassem a dinâmica contra-revolucionária que conduziu (...) à anexação forçada da RDA pelo governo de Helmut Kohl.(...). A construção do muro de Berlim em 1961, com carácter defensivo (...) é a resposta a constantes provocações na linha de demarcação entre a parte Leste e Ocidental da cidade(...). Um tal contexto confere ainda mais significado às realizações e ao prestígio mundial da RDA socialista, e à sua activa política de paz e de solidariedade internacionalista (...).
http://www.avante.pt/pt/2136/internacional/132905/


É chocante verificar a dualidade de critérios na posição do PCP. De facto, os muros erigidos por Israel, pela Coreia do Sul, por Marrocos, pelos EUA são todos eles “barreiras do  mais variado tipo (sociais, raciais, religiosos e outros), por esse mundo fora, incluindo muros físicos intransponíveis” (ponto 4 do editorial), ao passo que o de Berlim tinha “caracter defensivo” (ponto 5), o qual, se calhar, era transponível...
 
Comentários para quê?
                                                                 (Brejnev e Honecker)








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