quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Dr. Soares e a "Operação Marquês"


   
Os desenvolvimentos da “Operação Marquês” têm sido invulgarmente poucos dada a notoriedade da personagem Pinto de Sousa.
Sublinho “personagem” porque “engenheiro” é que ele não é.
De facto, O título é “ (...) da atribuição exclusiva da Ordem dos Engenheiros
(...)” (“Regulamento da Cédula Profissional e do Exercício da Profissão”),

http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/caq/regulamento_cedula_profissional.pdf 
Acontece que o Sr. José Pinto de Sousa nunca requereu à Ordem dos
Engenheiros tal título e por uma razão muito simples: se o fizesse o Colégio
de Engenharia Civil teria dado parecer negativo, o que não significa que os
órgãos superiores da Ordem não viessem, muito provavelmente, a contestar
veementemente tal parecer (“noblesse oblige”).
Aqui reside o problema: não há cidadãos todos iguais perante a Lei como é
dito e redito por políticos e sublinhado pelos media. Há uns mais iguais do
que outros, como é o caso de José Sócrates e, também, do "senador" da República o Dr. Mário Soares.
Tendo achado natural e louvável (porque a amizade revela-se nos tempos
difíceis) que alguns (poucos) membros do ex-executivo tenham querido
exprimir a sua solidariedade para quem os chefiou durante quase oito anos,
considero patéticas e lamentáveis as recentíssimas declarações do Dr. Mário Soares que,para além de ter declarado em tom insultuoso aos órgãos de comunicação social que o caso é "político" e orquestrado por "malandros", não se coíbiu de duvidar da isenção da justiça e de exclamar "diga a esse
juiz que é muito estranho, que eu também sou jurista".
Ora Portugal está cheio de juristas que nunca praticaram a sua profissão e
que têm o bom-senso de não colocarem na mesa essa realidade.
Mas ao Dr. Soares parece que tudo é permitido, sobretudo quando vai
fazer 90 anos, facto que não deixa de fazer pena como justificação de uma vergonhosa e indigna atitude por parte de quem já foi o mais alto magistrado da Nação.
Alguém consegue esquecer a arrogância que o senhor revelou com agentes da
autoridade há uns anos quando o autocarro em que viajava, julgo que em
campanha eleitoral ou coisa parecida, foi mandado parar? Inaceitável.
O que o Dr. Soares diz não deveria aquecer ou arrefecer o cidadão, o contribuinte que lhe paga pensões, fundações, etecetera-e-tal, mas faz pena vê-lo assim, muita pena.
José Pinto de Sousa foi detido por suspeição da prática de crimes graves e
vergonhosos. Ponto.
José Pinto de Sousa está em prisão preventiva decretada por juiz,
eventualmente por requerimento do Ministério Público, por perigo de
perturbação da investigação. Ponto.
Dado o passado político e o perfil pessoal de José Sócrates esta medida e,
sobretudo, a sua justificação, é mais do que compreensível e justificada. No
entanto, o andamento da fase final do processo e, sobretudo, a justificação
da medida cautelar, a que o juiz, no entanto, não era obrigado, deveria ter tido informação oportuna e clara o que não aconteceu.
Aguardemos as solidariedades e as pusilanimidades que certamente hão de
surgir. 
Na minha opinião, o José Pinto de Sousa é, de facto, um líder político mas um lider que se aproveitou despudoradamente e para benefício pessoal das suas funções públicas e que, hoje, sorri e mesmo ri  das vergonhas que lhe caíram em cima.
Por que será? Porque é um malandro. 

                                              


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