Há estudos sérios e outros menos sérios sobre as crises matrimoniais, a
sua periodicidade (3º ao 6º ano, 6º ao 10º ano, 10º ao 15º ano e e por aí
fora), as suas causas , os seus sintomas. Por exemplo, diz-se que naquele
primeiro período começa-se a ver a realidade,
no segundo aparecem descontentamentos resultantes de problemas mal resolvidos,
no terceiro aparece a frustração.
Claro que são crises matrimoniais, não são
crises de governação mas é interessante notar-se que existe uma certa
periodicidade (cerca de 5 anos como nas eleições) e que a percepção da
realidade (e não da fantasia) é uma espécie de teia que aparece logo no início
e que problemas mal resolvidos conduzem no futuro à frustração e, depois, à
rotura.
O 1º período começou em Maio de 1978 e terminou em Outubro de 1983 (5
anos). O problema não foi resolvido, como a realidade indica, e a Troika
regressou em 2011 com a cegueira própria de quem vê os problemas com dezenas de
anos de atraso, transmitindo um incómodo sentimento de frustração e impondo
roturas que levarão décadas a cicatrizar.
A Troika “saíu” passados 4 anos em 2015, reganhando Portugal a sua
soberania (?) como o actual governo não se cansa de repetir. Mas saíu de vez ou
“vou ali e já volto”? Em 2016, por exemplo.
Qual é, de facto, a situação de Portugal hoje?
Uma frase- resumo seria “continuamos muito mal” e qualquer espirro será
sintoma de pneumonia. O Governo no entanto ainda hoje afirmou que “o país virou a situação de crise em que
vivia” (sic).
A monstruosa dívida (pública e privada) a qual só para o sector público atinge o faraónico número de 230 mil milhões de euros, a fragilidade do sistema financeiro, o fraquíssimo crescimento económico (que em 2015 é estimado pelo Banco de Portugal em 0,9 %), a taxa de desemprego de 12,4 % em Agosto deste ano (fonte do INE), o envelhecimento da população são, entre outros, factores de preocupação que deveriam merecer atenta análise por parte dos decisores políticos.
Que fazer? Como fazer?
Estas questões estiveram ausentes da campanha eleitoral, excepto enquanto armas de arremesso (o que classifica a política e os políticos portugueses), assim como os problemas da educação, da saúde, da justiça, das pescas, da agricultura, da desertificação do interior (para a qual o actual governo contribuiu com o encerramento de centros de saúde, tribunais, escolas), a emigração que só em 2014 levou lá para fora 120.000 portugueses e cujo total desde 2011 é da ordem do meio milhão e etecetera.
Mas, proclamam os políticos eleitos e associados, a doença está na “pesada herança do passado” ou na “Troika” ou na “austeridade” ou no “euro”, ou no “governo e na sua política”. Ignoram a doença e não dizem qual a adequada terapia, admitindo-se que a conhecem.
A monstruosa dívida (pública e privada) a qual só para o sector público atinge o faraónico número de 230 mil milhões de euros, a fragilidade do sistema financeiro, o fraquíssimo crescimento económico (que em 2015 é estimado pelo Banco de Portugal em 0,9 %), a taxa de desemprego de 12,4 % em Agosto deste ano (fonte do INE), o envelhecimento da população são, entre outros, factores de preocupação que deveriam merecer atenta análise por parte dos decisores políticos.
Que fazer? Como fazer?
Estas questões estiveram ausentes da campanha eleitoral, excepto enquanto armas de arremesso (o que classifica a política e os políticos portugueses), assim como os problemas da educação, da saúde, da justiça, das pescas, da agricultura, da desertificação do interior (para a qual o actual governo contribuiu com o encerramento de centros de saúde, tribunais, escolas), a emigração que só em 2014 levou lá para fora 120.000 portugueses e cujo total desde 2011 é da ordem do meio milhão e etecetera.
Mas, proclamam os políticos eleitos e associados, a doença está na “pesada herança do passado” ou na “Troika” ou na “austeridade” ou no “euro”, ou no “governo e na sua política”. Ignoram a doença e não dizem qual a adequada terapia, admitindo-se que a conhecem.
Hoje sabe-se que o Governo chegou a acordo com o Sindicato dos
Enfermeiros sobre uma harmonização salarial. O sindicato desconvoca seis greves
e o Ministério da Saúde, que com eles esteve sempre em guerra, entra com 11
milhões de euros (dinheiro dos contribuintes).
Ontem ou anteontem,
“descobriu-se” que o Ministério das Finanças “sugeriu” à Parvalorem a alteração das imparidades do BPN
reduzindo-as em mais de 140 milhões de euros e que efectuou ajustamentos ao
orçamento das Estradas de Portugal. Para quê? Para uma redução do défice de
2012. Quando é que estas “minudências” se decidiram ou foram descobertas? Em
2012? Em 2013? Não, esta semana, a cerca de 4 dias do acto eleitoral. Agora...
O eleitor tem medo, tem desconfiança, tem memória curta,. O candidato a
eleito quando não mente descaradamente, ameaça veladamente, apaga a memória e demasiadas vezes defende
interesses. Uma vergonha para uma democracia.
Soube-se hoje que o FMI encerrou a sua delegação em Lisboa, que virá cá de vez em quando ver como as coisas estão. A CE e o BCE já se foram embora de acordo com um relógio próprio de uma feira. Viva!
Mas eles garantem que continuarão por aí. Vão ali e já voltam.
Soube-se hoje que o FMI encerrou a sua delegação em Lisboa, que virá cá de vez em quando ver como as coisas estão. A CE e o BCE já se foram embora de acordo com um relógio próprio de uma feira. Viva!
Mas eles garantem que continuarão por aí. Vão ali e já voltam.
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