quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O duelo das 20 e 25



Passos Coelho e António Costa defrontaram-se ontem. Assistiram cerca de 3 milhões e 600 mil telespectadores.
O duelo com um cenário bem montado durou hora e meia e os três moderadores não
conseguiram moderar nada, apenas questionaram.
O passado foi omnipresente.
Passos Coelho não se cansou de referir Sócrates (por 12 a 13 vezes dizem os comentadores mais contabilistas) e a Grécia. António Costa atacou a Troica e a ultrapassagem pelo governo da sua política “austeritária” e sugeriu a Passos Coelho que fosse visitar Sócrates para discutir com ele.
António Costa esteve ao ataque com gráficos e papéis e Passos Coelho, mais pausado,  remeteu-se a uma posição mais defensiva exceptuando quando se lembrava de  Sócrates ou do Syrisa.
Nenhum dos dois apresentou propostas concretas e claras de uma política para o futuro e fugiram de promessas quanto à segurança social, ao crescimento da economia, à diminuição do desemprego, à redução de uma dívida pública colossal.
A saúde foi  referida ao de leve e a justiça não mereceu qualquer referência. A educação? Nada ou quase nada.
O corte de 600 milhões nas pensões não teve resposta por parte de Passos Coelho e tanto este como António Costa “explicaram” as suas propostas de um seu “plafonamento”. Para um  “horizontal” para o outro  “vertical”.
A ausência de contas no programa da coligação que Passos Coelho chefia teve como justificação um quase silêncio e a política socrática mereceu uma declaração de demarcação mas também de solidariedade socialista por parte de António Costa.
Não houve qualquer KO, houve uma victória aos pontos com sabor a empate atribuída por um juri de analistas políticos.
O que mudou? O voto de 20 % de indecisos? Não. Mudará quanto muito e eventualmente o estilo da campanha eleitoral. Tudo muito pouco.

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