terça-feira, 6 de novembro de 2012

Israel e a Palestina



Há já algum tempo que não leio ou oiço notícias nos meios de comunicação sobre o conflito israelo-palestiniano.
Em Julho deste ano, o Presidente da Comissão Europeia afirmou em Ramallah que a União Europeia manterá o apoio aos palestinianos. Dois dias depois recebia o grau de doutor "honoris causa" pela Universidade de Haifa.
Amanhã é eleito o novo Presidente dos E.U.A. Seja eleito Obama ou o seu opositor republicano, caso seja apresentado no Conselho de Segurança qualquer projecto condenando Israel, ele terá, não tenho dúvidas, o veto dos E.U. Desde 2011 foram 11 (onze) e o último, que condenava Israel pela construção de colonatos em território palestiniano, foi da administração de Obama. Nada indica que no futuro próximo as coisas se alterem e que o "lobby" judaico naquele país manterá a sua influência.
Há muita desinformação sobre o assunto e para um esclarecimento cabal e fundamentado só escrevendo um livro.
Aqui deixo umas breves notas para reflexão.

Palestina: Parte meridional da antiga região de Canaã (de Cham, neto de Noé), de fronteiras imprecisas a Nascente do rio Jordão mas que, a Sul e Norte, se pode considerar limitada, respectivamente, pelo Sinai e pelo rio Orontes. A antiga Canaã integra, actualmente, o que são, territórios do Líbano, do Egipto, da Jordânia, da Siria e, claro, de Israel. O primeiro povo de Canaã, os canaanitas, era cultural e religiosamente heterogéneo com influências do Egipto, da Mesopotamia, da Anatólia, do Egeu. Dizem que lá se estabeleceu por volta de 2000 AC. A  Palestina deve o seu nome ao povo dos Filisteus, povo originário de Creta, que invadiu a parte meridional de Canaã cerca de 1300 a.C., assim como outro povo: os Hebreus.

Hebreus: Designação que vem de “heber“, que designa  “do lado de lá“ porque vieram do outro lado do rio Eufrates, de Nascente do rio Jordão. O povo, que a ele próprio sedenominava “ben-Israel“, era constituido por 12 tribos (10 de Jacob e 2 de José) agrupadas em 4 famílias as quais, posteriormente (em 928 a.C.) e no seguimento de uma guerra civil, deram origem a dois reinos, o de Israel (a Norte entre Jafa - ou Joppa -  e Sidon e com capital em Samaria) e o de Judeia, cujo nome vem da tribo preponderante no  território, a de Judas (a Sul entre o Egipto e Jafa e com capital em Jerusalém). No século IX (a.C.) as relações entre os dois estados eram hostis, tendo a Judeia beneficiado do apoio militar de Damasco (Assíria).

A conquista: Os hebreus levaram 3 séculos a conquistar a terra aos povos aborígenes, Idumenos e Amalecitas a Sul, Moabitos, Ismaelitas e Amonitas a Este. A maior oposição foi dada pelos Filisteus que bloquearam a expansão para SO. A ocupação, iniciada por Joshua, foi sempre feita com base na soberania das tribos, as quais, no entanto e devido á forte oposição dos filisteus, reuniram-se numa monarquia cujo primeiro rei foi Saul (1006 a.C.).

Os reis: A Saul sucedeu David o qual, após ter submetido os povos aborígenes, criou o 1º estado hebreu. David abandonou a capital da sua tribo (Hebron) e conquistou, 300 km a Norte, a fortaleza de Sion capital dos autoctones cananitas, os jebuseanos. Sion seria baptizada (965 a.C.) como Jerusalém. A  David sucedeu o seu filho Salomão que mandou construir o “Templo“. O filho de Salomão, Rahoboam, não conseguiu manter a unidade entre as tribos e a guerra civil estalou entre judeus (que incluia as tribos mais populosas de Judas, de Benjamim, de Isau e de Simão) e israelitas. Depois de Rhoboam, foram 20 os reis da Judeia (até Sedécias, 587 a.C.).

O estado de Israel: A desunião e conflitualidade com a Judeia, assim como o poder crescente dos Assírios, conduziu ao enfraquecimento do estado de Israel, o qual no século.VIII a.C. era um reino vassalo do império assírio com capital em Samaria. Em 727 a.C. uma revolta conduzida por  Hoshea foi esmagada. Israel foi anexado e a sua população deportada para território assírio. O estado da Judeia: Em 701 a.C., o império assírio conquistou, também, a Judeia . Em 612 dá-se a queda do Império e a Judeia fica sob domínio do Egipto. Por pouco tempo, já que em 605 o rei Nabucodonosor captura Jerusalém e, anos mais tarde, deporta os judeus para a Babilónia. Em  539, o grande rei Cyrus da Pérsia destrói a Babilónia e autoriza o regresso dos judeus ao território entre a fronteira com o Egipto e Jerusalém. Nem mais, nem menos. Era o início da Diáspora.

Acima estão factos históricos podendo os mais relevantes serem resumidos nos seguintes pontos:
1 - Os hebreus invadiram um território que não era o deles em 1300 a.C. 
2 - Os hebreus eram 12 tribos desavindas.
3 - Os hebreus organizaram-se em dois estados distintos: Judeia e Israel.
4 - Há que considerar na História duas capitais: Jerusalém (Sion ) e Samaria.
5 - O que se pode designar como “Grande Israel“, não durou mais do que 80 anos (de David a Rahoboam).
6 - O regresso de judeus no século VI a.C. limitou-se, até ao século XX d.C., ao território entre a península do Sinai e Jerusalém. 
                  

                                                                                                 
 

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