sábado, 17 de novembro de 2012

A linha do horizonte e o fundo do túnel



Lembro-me de, à mesa de uma esplanada à beira-mar, me terem questionado sobre a distância a que estaria um barco que se via lá ao longe, junto à linha do horizonte. 


Utilizei as noções elementares da geometria e da matemática e, escrevendo na toalha de papel da mesa, concluí com a fórmula que abaixo apresento.
Pelas leis da geometria relativas ao círculo e ao triângulo, a distância “D“ (km) correspondente á linha do horizonte observada de uma altura “h“ (m) julgo que poder ser dada, a menos de infinitésimos de 2ª ordem, pela expressão:

           D = SQR (2 R x h : 1000) ~ 3.6 SQR (h)    (SQR= raiz quadrada)

na qual “R“ é o raio da Terra expresso em km (6.366 km) e “h“ é a altura de observação em metros (altitude do ponto de observação).

Da expressão anterior pode construir-se o seguinte quadro:

h (m)
D (km)
2
5
5
8
10
11
20
16
50
25
100
36
200
51
530 (Serra de Sintra)
83
2000
160



                                            

                                  
                                              
                                                                                    

Depois, empurrado pelo orgulho e pela miragem do conhecimento absoluto, decidi criar a “Lei do Pinto” para resposta à questão: daqui a quantos anos se sai do “túnel”?


a) Admita-se que os governos são classificados numa escala de 0 (zero, nunca deveriam ser nomeados e muito menos eleitos) a 20 (excepcional, coisa que não existe, excepto nalgumas já identificadas “universidades” de hoje).

b) Considere-se que se mantém a actual política para a redução do buraco orçamental português, o qual atinge números muito díspares consoante as tendências partidárias dos especialistas na matéria (e não só), mas sempre da ordem dos milhares de milhões de euros.

c) Oiçam-se os apelos do povo ou as reflectidas considerações dos actuais governantes e dos seus opositores ou putativos sucessores no que se refere a uma luz no fundo do túnel ou ao fim de um “pacto de agressão”.

d) Seja-se um cidadão exemplar e, sobretudo, participativo na resolução dos problemas nacionais.

Hipóteses:

1 - Um governo que reúna, entre outras, as qualidades de competência, de honestidade, de rigor, de independência em relação a interesses financeiros e/ou económicos, de sentido do dever e do bem público, de coragem e que seja patriota (adjectivo que no passado era associado a uma ideologia fascizante mas que nos tempos que correm já não o é) tem uma competência de 18 (dezoito) valores.


2 – De acordo com declarações públicas nacionais (governo) internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI), Portugal voltará aos mercados em 2013 (vá lá em 2014 e porque não “refundar-se” já, amanhã, o annus mirabilis para 2015 ou, espante-se, para 2032, como já ouvi). Assim e de acordo com a perspectiva mais optimista, isto é 3 anos após a tragédia socratiana - para não referir a cavaquista que lhe é anterior mas talvez mais marcante (se é que tal é possível) -  Portugal terá contas públicas “equilibradas” num futuro próximo (hipótese muito discutível, mas que não deixa de ser por isso uma “hipótese de trabalho”).

3 - A parábola, que é sempre a melhor e por vezes obscura resposta às perguntas mais difíceis, é considerada, por pura e assumida arbitrariedade, a função matemática que melhor traduz o problema, adoptando-se, por simplificação, a sua equação do 2ºgrau, ou seja:

A = 3 + 0,1175 (20 – C) E2

na qual “A” é o número de anos (contados a partir de 2011) até se ver luz ao fim do túnel, “C” a competência do governo e E2 o símbolo de “ao quadrado”.

Obtém-se a seguinte tabela:

 C (competência governativa) A (anos, luz ao fim do túnel)
0 (a expulsar) 50
5 (mau) 29
8 (medíocre) 20
11 (sofrível) 13
14 (bomzito) 7
17 (muito bom) 4
20 (excepcional) Ora, ora, pois, pois.

Sugestões:  

Aceite-se como informação com algum interesse a tabela da “Linha do horizonte” e considere-se a segunda tabela como simples e muito optimista “brincalhotice” (talvez  substituindo a vírgula na identificação de A por um hífen a previsão resultasse muito mais correcta). 





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