Lembro-me de, à mesa de uma
esplanada à beira-mar, me terem questionado sobre a distância a que estaria um
barco que se via lá ao longe, junto à linha do horizonte.
Utilizei as noções elementares
da geometria e da matemática e, escrevendo na toalha de papel da mesa, concluí
com a fórmula que abaixo apresento.
Pelas leis da geometria relativas ao círculo e ao
triângulo, a distância “D“ (km) correspondente á linha do horizonte
observada de uma altura “h“ (m) julgo que poder ser dada, a menos
de infinitésimos de 2ª ordem, pela expressão:
D
= SQR (2 R x h : 1000) ~ 3.6 SQR (h) (SQR=
raiz quadrada)
na qual “R“ é o raio da Terra expresso em km
(6.366 km) e “h“ é a altura de observação em metros (altitude do ponto
de observação).
Da expressão anterior pode construir-se o seguinte
quadro:
h (m)
|
D (km)
|
2
|
5
|
5
|
8
|
10
|
11
|
20
|
16
|
50
|
25
|
100
|
36
|
200
|
51
|
530 (Serra de Sintra)
|
83
|
2000
|
160
|
Depois, empurrado pelo orgulho e pela miragem do
conhecimento absoluto, decidi criar a “Lei do Pinto” para resposta à
questão: daqui a quantos anos se sai do “túnel”?
a) Admita-se que os governos são classificados numa escala de 0 (zero, nunca deveriam ser nomeados e muito menos eleitos) a 20 (excepcional, coisa que não existe, excepto nalgumas já identificadas “universidades” de hoje).
b) Considere-se que se mantém a actual política para a
redução do buraco orçamental português, o qual atinge números muito díspares
consoante as tendências partidárias dos especialistas na matéria (e não só),
mas sempre da ordem dos milhares de milhões de euros.
c) Oiçam-se os apelos do povo ou as reflectidas
considerações dos actuais governantes e dos seus opositores ou putativos
sucessores no que se refere a uma luz no fundo do túnel ou ao fim de um “pacto
de agressão”.
d) Seja-se um cidadão exemplar e, sobretudo, participativo
na resolução dos problemas nacionais.
Hipóteses:
1 - Um governo que reúna, entre outras, as qualidades de
competência, de honestidade, de rigor, de independência em relação a interesses
financeiros e/ou económicos, de sentido do dever e do bem público, de coragem e
que seja patriota (adjectivo que no passado era associado a uma ideologia
fascizante mas que nos tempos que correm já não o é) tem uma competência de 18
(dezoito) valores.
2 – De acordo com declarações públicas nacionais (governo) internacionais
(Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI), Portugal voltará aos mercados
em 2013 (vá lá em 2014 e porque não “refundar-se” já, amanhã, o annus mirabilis
para 2015 ou, espante-se, para 2032, como já ouvi). Assim e de acordo com a
perspectiva mais optimista, isto é 3 anos após a tragédia socratiana - para não
referir a cavaquista que lhe é anterior mas talvez mais marcante (se é que tal
é possível) - Portugal terá contas públicas
“equilibradas” num futuro próximo (hipótese muito discutível, mas que não deixa de ser por isso uma “hipótese
de trabalho”).
3 - A parábola, que é sempre a melhor e por vezes obscura
resposta às perguntas mais difíceis, é considerada, por pura e assumida
arbitrariedade, a função matemática que melhor traduz o problema, adoptando-se,
por simplificação, a sua equação do 2ºgrau, ou seja:
A = 3 + 0,1175 (20 – C) E2
na qual “A” é o número de anos (contados a
partir de 2011) até se ver luz ao fim do túnel, “C” a competência do
governo e E2 o símbolo de “ao quadrado”.
Obtém-se a seguinte tabela:
C (competência governativa) | A (anos, luz ao fim do túnel) |
0 (a expulsar) | 50 |
5 (mau) | 29 |
8 (medíocre) | 20 |
11 (sofrível) | 13 |
14 (bomzito) | 7 |
17 (muito bom) | 4 |
20 (excepcional) | Ora, ora, pois, pois. |
Sugestões:
Aceite-se como informação com
algum interesse a tabela da “Linha do horizonte” e considere-se a segunda
tabela como simples e muito optimista “brincalhotice” (talvez substituindo a vírgula na identificação de A
por um hífen a previsão resultasse muito mais correcta).
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