Angola país riquíssimo com o seu povo na miséria.
“De repente” descobriu-se o que era evidente e já denunciado por poucos,
nomeadamente Ana Gomes.
Arguidos são apenas 4, mas há certamente muitos mais que o poderiam ser!
Em particular, políticos, embaixadores, banqueiros e bancários,
ex-governantes cujos nomes são calados ou referidos apenas em surdina. Quase
todos com um passado ligado a Angola ou com, hoje, dupla nacionalidade.
Não se denuncia o escândalo na sua total dimensão.
Porquê?
Lembre-se o caso “Casa Pia”. Uns foram presos e julgados, outros andam por
aí sem vergonha.
Porquê?
Porque há, por um lado, filhos escondidos sob sombrinhas protectoras,
protegidos com o poder dos “lobbies” (gay, financeiro, político e outros) e,
por outro, enteados.
Não? Que se investigue a fundo os “Casa Pia”, o “Malta Leaks” e outros “leaks”
e as “surpresas” serão muitas.
Hoje sabe-se que o “Luanda Leaks” se deve a Rui Pinto e aqui levanta-se uma
questão controversa à qual corresponde uma interrogação: os “classificados”
como denunciantes podem recorrer legalmente à pirataria informática? Parece-me
que não.
Já existe legislação europeia relativa a “denunciantes” porque se entende
que a sua acção é favorável ao interesse público. Rui Pinto e os seus advogados
defendem que as acções por ele praticadas são desta natureza. Mas, pergunta-se
novamente: é lícita a invasão de computadores públicos e privados?
Por exemplo do Benfica, F.C. Porto, Sporting, Federação Portuguesa de
Futebol, Procuradoria Geral da República, sociedades de advogados, Doyen Sports
e etc.
É lícito o acesso a documentos em segredo de justiça? Parece-me que não.
Rui Pinto entregou “(…) à Plataforma de Proteção de Denunciantes na África
(PPLAAF) um disco rígido contendo todos os dados (…) sobre a fortuna de Isabel
dos Santos, sua família e todos os indivíduos que podem estar envolvidos nas
operações fraudulentas cometidas à custa do Estado angolano (…)".
São 715.000 ficheiros que revelam um desvio de mais de 100 milhões de
dólares.
As interrogações aqui ficam.
Sem comentários:
Enviar um comentário