segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os pategos



Pouco evoluído, ignorante, grosseiro”.

Na recepção de Felipe VI na Assembleia da República Portuguesa e após o seu impecável e amigo discurso, os grupos parlamentares do PS, PSD e CDS levantaram-se e aplaudiram, o PCP e o seu apêndice PEV levantaram-se julga-se pelo respeito institucional que o chefe do estado espanhol lhes merece - mas não aplaudiram, tal como o partido dos animais e natureza (PAN) o que se compreende dada a sua condição representativa dos animais. O Bloco de Esquerda não só não aplaudiu como se manteve sentado, numa manifestação de grosseira má educação na sua ilusória convicção que é uma elite da esquerda quando não passam de pindéricos políticos. Houve até um João Soeiro que não achou melhor do que copiar o “Podemos” espanhol e vestir provocatoriamente uma “camiseta” com as cores da bandeira da 2ª República Espanhola (1931-1939). Elogiar Fidel e o seu regime ditatorial e ser grosseiro para com a monarquia espanhola escolhida pelo povo e a que a democracia muito deve é boçal.

Essa boçalidade quere-se intelectualóide com a “explicação” de um responsável daquele partido “O BE (…) não naturaliza (?) relações de poder com base em relações de sangue (?) e não em actos democráticos (?)”. No mínimo uma afirmação cabalística incompreensível para o comum dos cidadãos votantes. A reter.
Escassos dias depois, celebra-se na Praça dos Restauradores os 377 anos da restauração da independência de Portugal.

Uma das primeiras decisões da República, em 1910, foi instituir a data como feriado nacional considerando-a como popular e patriótica. Esta decisão foi revogada cerca de 100 anos depois pelo governo PSD/CDS do Pedro Coelho (2011-2015) com a justificação de a redução do número de feriados ser necessária para o aumento da produtividade (a Alemanha tem um número de feriados superior aos de Portugal).

Pois bem, na cerimónia deste ano o PSD esteve ausente.
Completamente ausente, nem mesmo um secretário de uma qualquer concelhia. O PSD,  ou seja Coelho e Cia, ex-membros do governo, parlamentares, etc, entrou em birra, bateu o pé por se considerar desconsiderado (o que muito assustou todos) e não se fez representar. 
Conclusão? Há muitos pategos. Uns mal educados, outos birrentos.  
 

Fidel morreu.
De início, só elogios ou silêncios dos intelectuais e bem pensantes da praça.
Depois, a "coragem" de alguns poucos disparou a verdade: um regime ditatorial que fuzilou no imediato mais de 1.000 opositores e ao longo da sua vigência mais de 100.000, dizem. Prisões políticas e a limitação de liberdades fundamentais, ruína da economia embora com notáveis progressos nos domínios da saúde e da educação. Responsável pela crise dos misséis (1962) no limite da guerra nuclear. Uma ditadura na sua mais clara forma contaminando, com mais ou menos sucesso, governos de países da América latina e alimentando sangrentas guerrilhas.
Um sedutor? Sem dúvida. Recebendo Gina Lollobridgida, ao pedido dela para abrir as fronteiras e deixar saír quem quisesse ter-lhe-ia retorquido “sua marota, o que quer é ficar sozinha comigo…”.
Mas, o que interessa, para além do sincero aplauso que lhe foi dado no XX Congresso do PCP, foi a quase total pusilanimidade dos jornalistas e políticos pategos de cá.
Conclusão? Pategos a elogiar o que receiam criticar.

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