quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Beija-mão e Beijinhos

O comportamento de Marcelo na visita de estado ao Reino Unido, no palácio de Buckingham, e na recepção aos reis de Espanha, no Porto, teve pormenores elucidativos de uma personalidade.
Ele pode ser incomodativamente subserviente ou desavergonhadamente familiar ou auto elogioso. Será como lhe for melhor ou, na altura, o que lhe for conveniente e será o resultado de como ele de facto é porque, como dizem os franceses, “chassez le naturel il revient au galop”.
Como foi com sua majestade britânica?
Marcelo, afastado de Isabel, como deve ser protocolarmente e mandam as regras da boa-educação, beijou a mão que lhe foi estendida. 
Depois, informou, que quando da 1ª visita de Isabel a Portugal ele era uma criança com oito anos e que, para vê-la, estava na 1ª fila do Terreiro do Paço. Isabel riu-se e pareceu encantada com o menino grande e a sua divertida conversa.
No limite do infantil ridículo. 
Eu, lisboeta, não sei o que é a primeira fila daquela belíssima praça e não acredito que a criança estivesse sentada na tribuna reservada às personalidades. Julgo, também, que naqueles tempos as criancinhas não agitavam bandeiras nacionais, como hoje, porque se assim fosse Marcelo certamente não se teria esquecido de referir que o tinha feito.
Eu só me lembro de Craveiro Lopes com um bicorne de gala emplumado e no coche ao lado de uma muito jovem rainha. Claro que também me recordo da exclamação do “Ó Isabel olha o relógio” que muito rapidamente se tornou popular. 
Passados poucos dias, os reis de Espanha iniciam uma visita de estado a Portugal.
Ele Felipe VI não é um espanhol de velha estirpe mas um Bourbon, descendente de Philipe duque de Anjou, neto de Luís XIV de França e seria o futuro Felipe V de Espanha (Versailles 1683-Madrid 1746).
O rei teve um muito afável, amigo e exemplar comportamento. Embora homenageando D. Afonso Henriques ignorou, em Guimarães, o marco histórico ligado aos duques de Bragança cujo palácio era propriedade do rei D. João IV, grande de Espanha mas chefe dos que promoveram a independência de Portugal rejeitando Felipe IV (casa de Hasbourg).
Assim, a sucessão recente de reis Felipes em Espanha pode traduzir-se sumariamente por Felipe IV que continuou a arruinar Portugal, Felipe V que iniciou em Espanha uma dinastia de raíz francesa e Felipe VI que nesta sua visita revelou sair aos seus, com avós e pai muito amigos de Portugal.
Letícia? Muito reservada, em 2º plano e afastada dos acontecimentos.
Marcelo, puxou-lhe pelo braço e depois, familiarmente, ferrou-lhe dois beijinhos como o Paulinho nas feiras.
                         
Mal, muito mal. Marcelo não abraçou, e bem, Felipe VI, nem o tratou por “pá”.
Marcelo lembrou em castelhano ao rei de Espanha a antiga amizade que une os dois países, (o que historicamente é uma fantasia, ontem e hoje) e não se lembrou, felizmente, de o condecorar com a ordem militar de Avis.
                                          
Sugiro que a visita dos reis de Espanha seja prolongada por um dia. Que termine no final de 5ª feira, dia 1 de Dezembro.
E Marcelo continua o seu caminho. Tem hoje 97% de popularidade mas até quando? Se continuar a falar publicamente comentando tudo e nada qualquer dia ainda se espeta.

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