terça-feira, 8 de novembro de 2016

Marcelo o Presidente "Papa Léguas"


                                     
Muito recentemente uma figura do poder afirmou que o Presidente Marcelo não era nenhum Papa do Governo. Também eu acho que não e, por isso, o título deste meu escrito nada tem a ver com dominância política ou religiosa mas sim com apetite.
A acção do Presidente Marcelo, mantendo a característica de simpatia, ambição e de populismo, está a revelar outra faceta.
Marcelo quer beijar mais do que o Paulinho e alarga o leque muito para além das feiras. Marcelo quer visitar e apertar a mão a figuras que marcaram e marcam a História contemporânea.
Se Mandela fosse vivo ele já teria ido à África do Sul e não entendo porque não vai à Índia abraçar o Dalai Lama que para lá teve de fugir quando da incorporação forçada do Tibete na R.P. da China. Seria um verdadeiro acto de defesa da liberdade e de apoio à democracia, contrariamente ao que se passou na sua visita a Cuba. Mas, infelizmente, os interesses económicos parecem não o permitir.
A este ritmo vai bater Mário Soares em milhas, quilómetros, léguas ou voltas ao Mundo.
Quem paga este gosto? Marcelo sabe que não ficou esquecida a sua ida ao Euro em avião do estado, viagem que se apressou a pagar. Assim, será, mais uma vez, o contribuinte a pagar em nome dos superiores interesses da nação portuguesa. Interesses quais? Políticos? Económicos? Nada o permite afirmar, nem a História, nem a situação de Portugal no mundo actual.
As personagens visitadas e a visitar estão quase todas no ocaso da vida política, como é o caso do Papa Francisco, de Fidel de Castro e da raínha Isabel II e julgo que talvez por isso Marcelo tenha pressa, embora a pressa seja uma característica muito sua.
O caso do rei Mohamed VI de Marrocos foi para mim uma enorme surpresa nos domínios da História e da religião. O reinado deste descendente do profeta vai durar provavelmente muito tempo, como o do seu pai o rei Hassan (que Mário Soares também condecorou, o que só adensa o mistério da reincidência de Marcelo).
O que se passa em Marrocos nada tem a ver, bem pelo contrário, com liberdade ou democracia. Eliminadas estas duas hipóteses, o que levou o Presidente de Portugal a condecorar o rei de Marrocos com o Grande Colar da Ordem de Santiago da Espada? Ao peito de Mohamed ficou uma Cruz no lugar do Crescente!
Afinidades históricas existem muitíssimas mas todas elas com o oficial carimbo da guerra e da permanente hostilidade “(...) Marrocos, série de praças fortes, escola de soldados, fonte de permanentes conflitos, esteril em proveitos (...)”. As conquistas são particularmente violentas com terríveis massacres da população. Ceuta, Alcácer Ceguer, Arzila, Tanger, Stª. Cruz do Cabo Guer (perdida em 1541 com a chacina dos portugueses), Safim, Azamor, Mazagão...Portugal ocupou militarmente Marrocos durante 354 anos, desde 1415 até 1769. A presença portuguesa nunca foi aceite, a guerra foi constante desde a conquista de Ceuta em 1415 até à saída de Mazagão em 1769, passando pelo desastre de Alcácer Quibir em 1580.
Condecorar o representante máximo de um país que foi um dos maiores inimigos de Portugal é acto estranho que necessitaria, eventualmente, de uma pequena explicação. Condecorar um descendente do Profeta com uma cruz é quase insultuoso para ele e para a comunidade religiosa de que faz parte, ultrapassando neste domínio uma mera prenda de presunto pata negra.
Marcelo caiu de uma cadeira? Não.
Para quem o conhece, alia a inteligência à vaidade, a seriedade cultural ao discursivo jogo de cintura.
Marcelo que disse considerar-se um homem sensato, nunca o foi, ontem como candidato à C.M de Lisboa mergulhando no Tejo e, hoje, como máximo representante da diplomacia portuguesa.
Mohamed de Marrocos? Fidel de Castro? Meu Deus que mais irá acontecer e quantas mais léguas vai ele papar para satisfação da sua vaidade?


                                                              

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