quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Um átomo lusitano

Lembro-me de ter ficado indignado porque três semanas depois de termos violentamente criticado os que governavam Portugal, ele me ter confidenciado (desconfortavelmente) ter aceite fazer parte daquele grupo, da cáfila.
Na altura, lembrei-me da fábula do corvo e da raposa. 
Fiquei sorumbático durante meses e nem mesmo uma anedota inglesa que recebi sobre “morons” me animou. 
A anedota, reformulada, é a que segue:  
“Descobriu-se um novo elemento que se distingue por ser o mais pesado dos conhecidos pela ciência. Foi designado por Caenum Lusitanus. O Caenum Lusitanus é constituído por um grande número de partículas, rapidamente variáveis no tempo e, por esta razão, de dificil exacta quantificação. 
O elemento analisado possui 318 partículas todas elas com as características físicas próprias dos neutrões sendo, por isso, totalmente inerte na substância. Nele, identificaram-se um elemento central (o primus neutron), cerca de 87 partículas orbitais das quais 16 principais (adiutor neutron) e as restantes secundárias (amanuensis neutron). Foram também detectadas, mau grado a insuficiência de meios, 230 agitadas particulas sem massa e com funções desconhecidas (legatus neutron). Tendo um peso de 318, o elemento pode considerar-se como o mais pesado conhecido da ciência.”
A descoberta (de 2004) sendo de relativo interesse científico reveste-se de particular importância política e, numa época de permanente caça aos patos, não pode ser ignorada por putativos  candidatos a primus neutron. 
De um ponto de vista da física das partículas, mesmo das desprezáveis na importância do progresso socio-científico, a classificação de Mendeleieff, laboriosamente arquitectada e tendo então 63 elementos conhecidos não pode ignorar este novo elemento descoberto quase 150 anos depois da sua primeira elaboração. 
De facto, as fronteiras entre a Ciência e a Política (nomeadamente na sua componente sociológica) são cada vez mais ténues e difusas, como o demonstram o aparecimento de despiciendus neutron, por vezes mesmo de abjectus neutron (vulgo assessores), correspondentes, delegados, etc, governamentais. A sua existência não é devida a valiosas caracteristicas, como, por exemplo a competência, ou seja o iustus,o legitimus ou o idoneus, neutron, mas sim, como advoga a corrente prática partidária, é o resultado de acções a bem de "confrarias", "irmandades" e outras associações de "benfeitores". São os designados idiota neutron. 
Recentemente, uma reanálise do elemento revelou uma redução qualitativa e quantitativa dos elementos orbitais do primus neutron com consequências que os especialistas consideram próximas do estado de cisão, o qual pode ocorrer já em 2013.
Esta descoberta vai tirar do esquecimento - só comparável ao do reino de Hia (China, 1989 -1558 a.C.) - a nossa querida pátria (designação que estranhamente está novamente na moda). A justiça pode ser lenta mas chega sempre, graças a Deus, inch´allah! 
Note-se, para que não haja confusões e não me veja “em escala nos Açores”, que esta minha exclamação não é um tique, uma mania ou uma simpatia sunita ou xiita, tratando-se apenas d´un mot d´esprit resultante de me estar nas tintas se the Carmel and the Trinity falls upon me .
Fico-me por aqui e se alguém aparecer a aborrecer-me com ameaças, levas, ó primus
neutron, umas bengaladas à moda do século dezanove. 





                                                                                                        

                                                                                                                    




           

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