Em meados do séc. IX, em plena “era das trevas” da Idade Média, nasceu em
Ingelheim (ou, segundo alguns, em Mayence, capital do estado da
Renânia-Palatinato) uma menina Joana invulgar e precocemente inteligente
(aprendeu a ler e a escrever desde muito cedo e na adolescência já dominava o
grego e o latim).
O seu excepcional talento recomendava o seu ingresso numa academia onde pudesse desenvolver o seu saber e aplicar a sua prodigiosa inteligência.
Naquele tempo só um convento era apropriado para tal fim e o mais próximo era o convento de Fulda.
No entanto, dado o estatuto da mulher naquele tempo, o ingresso era limitado aos homens. Joana assumiu, então, uma identidade masculina sob o nome Ioannes Anglicus (noutra versão, Joana era amante de um monge o que a levou a disfarçar-se de homem, tendo ido ambos para a Grécia).
Passados uns anos, decidiu dirigir-se a Roma, centro do poder religioso. Aí, ganhou imenso prestígio e teve um percurso fulgurante: foi nomeada Secretário da Cúria e depois cardeal. Em 855, com a morte do Papa Leão IV, foi ordenada Papa com o nome de João VII.
O seu excepcional talento recomendava o seu ingresso numa academia onde pudesse desenvolver o seu saber e aplicar a sua prodigiosa inteligência.
Naquele tempo só um convento era apropriado para tal fim e o mais próximo era o convento de Fulda.
No entanto, dado o estatuto da mulher naquele tempo, o ingresso era limitado aos homens. Joana assumiu, então, uma identidade masculina sob o nome Ioannes Anglicus (noutra versão, Joana era amante de um monge o que a levou a disfarçar-se de homem, tendo ido ambos para a Grécia).
Passados uns anos, decidiu dirigir-se a Roma, centro do poder religioso. Aí, ganhou imenso prestígio e teve um percurso fulgurante: foi nomeada Secretário da Cúria e depois cardeal. Em 855, com a morte do Papa Leão IV, foi ordenada Papa com o nome de João VII.
Certo dia, durante uma procissão e montada a cavalo, Joana sentiu violentas dores que a fizeram caír do cavalo. Ali, numa rua estreita entre o Coliseu e a Igreja de S. Clemente, designada antigamente por Via Sacra e hoje por Rua Evitada (hoje os Papas evitam essa rua), deu à luz uma criança. “Milagre, milagre”, exclamaram alguns cardeais. Outros dizem que a multidão em fúria apedrejou-a até à morte e aplicou de imediato a justiça romana: amarrou-a pelos pés à cauda de um cavalo o qual percorreu meia légua, finda a qual Joana e a criança mortas foram enterradas nesse mesmo local com uma lápide onde se podia ler “Peter, Pater Patrum, Papisse
Prodito Partum” (Pedro! Pai dos Pais, castiga o parto da papisa). Segundo outros, foram encarceradas num castelo papal até ao fim das suas vidas.
A lenda (que data de 1250) pretende que a Papisa Joana esteve no trono de S.Pedro 2 anos, 7 meses e 4 dias e que aquele esteve vago durante 1 mês até à eleição de Bento III (Setembro 855 – Abril 858).
Factos: os Papas, nas suas procissões pela Via Sacra, evitam a Rua Evitada; em 1276, após rigorosa investigação, o Papa João XX mudou o seu nome para João XXI; até 1601 existiu na catedral de Siena um busto da Papisa mandado retirar pelo Papa Clemente VIII.
Outro facto importante e inegável é a utilização nas cerimónias de
consagração papal, desde o séc. IX até ao séc. XVI, de uma cadeira (sedia stercoraria) cujo assento
tinha um buraco que permitia a palpação do recém-eleito de modo a assegurar que
o futuro Papa era homem (duos habet et bene pendentes). Só então o Camerlengo anunciava "Habemos Papam".
Verdade? Lenda espalhada como vingança pelos inimigos do papado?
Há falta de registos sobre a história, embora o assunto tenha merecido estudo e discussão entre os estudiosos até ao séc. XIX.
“Il y a bien de la différence entre rire de la religion, et rire de ceux qui la profanent par leurs opinions extravagantes”, Pascal.
Verdade? Lenda espalhada como vingança pelos inimigos do papado?
Há falta de registos sobre a história, embora o assunto tenha merecido estudo e discussão entre os estudiosos até ao séc. XIX.
“Il y a bien de la différence entre rire de la religion, et rire de ceux qui la profanent par leurs opinions extravagantes”, Pascal.
Bibliografia: Lawrence Durrell “Papisa Joana” (Ed. Guerra e
Paz, 2011); pps de Miroca; Hans Kuhner, “Dictionnaire des Papes”, (Editions
Buchet-Chastel, Paris 1958); Dominique V.C. dos Santos, Camila M. Wagkerhage,
“Tradução dos fragmentos da 1ª documentação referente à “papisa” Joana”, FURB,
Universidade de Blumenau-2012; Wikipédia.
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