Nos últimos dias ocorreram acontecimentos e notícias que só merecem
piparotes, aqueles que uma pessoa dá quando descobre que uma pequena poeira
está a sujar algo que nos merece cuidado ou quando tentamos num gesto de grande
perícia técnica matar uma mosca.
Pequenas poeiras e moscas afligem esta nossa pequena e provinciana sociedade
elevada a potência do diálogo internacional com a eleição de um nosso genial perito financeiro para presidente de
uma autoridade europeia irrelevante. Sim,
sim, uma autoridade que suplanta em conhecimentos e qualidades o malquisto
Victor Gaspar. De seu nome Centeno ou CR7 das Finanças, como quiserem, foi
efusivamente congratulado por todos, inclusivamente pelo Presidente-Menino
Marcelo.
É-me totalmente indiferente, contrariamente aos sentimentos manifestados
com maior ou menor sinceridade pelas forças políticas e pelos esclarecidos
comentadores, incluindo D. Marcelo I ainda deslumbrado com as funções que finalmente
conseguiu conquistar. Outro piparote.
Depois, o cidadão português ficou horrorizado com as presumíveis
malfeitorias na associação “Raríssimas” esquecendo que as
promiscuidades entre os interesses pessoais/privados e os das instituições de
interesse público são de uma enorme frequência neste país e que ainda se vai no
adro por falta de fiscalização do Estado. Um grande e enojado piparote.
As polémicas quase diárias entre os dois candidatos à liderança do PSD
sobre o número e a natureza de debates são confrangedoras porque levantam uma
questão, essa sim importante: a continuar assim para que vai servir aquele
partido como alternativa governamental ou como oposição credível? Outro enorme
piparote.
Depois, as notícias quase diárias sobre o estado de saúde da grande figura da música portuguesa, o Salvador que como pessoa com grave doença me merece a maior e mais sincera simpatia. Um piparote para a repetição das notícias.
Depois, as notícias quase diárias sobre o estado de saúde da grande figura da música portuguesa, o Salvador que como pessoa com grave doença me merece a maior e mais sincera simpatia. Um piparote para a repetição das notícias.
E o que me dizem dos escândalos que invadem o nosso mundo futebolístico?
Eles são "mails", eles são árbitros ceguetas ou comprados, eles são os insultos e
troca de mimos que diariamente entram nas nossas casas através das televisões
pública e privadas. Como na Roma Antiga dá-se ao povo o ópio necessário ao
descanso dos poderes. Um piparote? Não, uma estalada.
Os estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa encerraram a cadeado as
instalações universitárias porque não concordam com isto e com aquilo. Ai que
voltamos aos gloriosos tempos de 1961/1967. Gloriosos, saudosos ou não, não
merecem mais do que um pequeníssimo piparote.
Depois, dizem, o grande timoneiro da Coreia do Norte tem poderes
sobrenaturais. Olha que bom.
Estamos mergulhados em cenários importantíssimos e angustiantes.
Estamos mergulhados em cenários importantíssimos e angustiantes.
Finalmente(?), na Autoeuropa (cuja produção representa mais de 1% do PIB e 1,7% das exportações, com cerca de 5.500 trabalhadores e a pespectiva da
contratação de mais 400) a Administração determinou o trabalho contínuo 24
horas por dia nos dias da semana e aos sábados pagos a 200% e com outras
benesses totalmente invulgares no nosso mundo laboral (25% de prémio trimestral, 2 fins-de-semana completos por
mês). As estruturas sindicais não foram consultadas e, à
posteriori, não concordam com semelhante proposta por quererem uma melhoria das condições
financeiras, tal como a nova Comissão de Trabalhadores
agora de maioria afecta ao PCP. Irresponsabilidade total é o que me ocorre. Piparote? Não, é de todas as noticias a única
que merece relevância e preocupação pelas consequências que poderá ter
caso as conveniências sindicais/partidárias que estão a manobrar isto tudo se sobrepuserem ao interesse nacional, isto é ao interesse dos cidadãos.
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