terça-feira, 11 de abril de 2017

Tabefes, faltam.


Esta semana a actualidade nacional ficou marcada pelos resultados das festividades de 800 a 1.000 finalistas do ensino secundário (17-18 anos) num hotel espanhol em Torremolinos.
“Os alunos foram expulsos do hotel por mau comportamento e incivilidades”.
Três versões estão em confronto: a do proprietário do hotel (os jovens terão quebrado azulejos, despejado extintores, atirado colchões pelas janelas e uma televisão para a banheira; prejuízos de 50.000 euros), a da agência que organizou a viagem (que considera tratar-se de um caso de xenofobia, tendo, no entanto, negociado bar aberto…), a dos jovens que afirmam a pés juntos que nada de especial ocorreu ("apenas" uns riscos nas paredes e nos elevadores, copos atirados para o chão, candeeiros partidos, "nada" que não fosse "normal"). Horríveis diabos versus meninos de coro.
A polícia espanhola, chamada ao local por outros hóspedes, tomou nota.
Depois, ouvi estarrecido os discursos compreensivos e justificativos de alguns pais e que a "prevenção" é que é importante. Entretanto, vi estupefacto os cerimoniais em que os jovens participavam alegremente: muito álcool (cerveja, vodka e "shots" bebidos de joelhos no chão e braços atrás das costas) e muita gritaria (talvez como na confraternização entre os comandos). 
Eles e elas reagindo de uma forma totalmente irresponsável, não sabendo distinguir entre a boa e a má educação, entre o inofensivo excesso, a imbecilidade e o vandalismo. 
Praxes académicas? Praxes militares? O que é pior? Todas imbecis
Mas o pior, o pior mesmo, o que desanima e revolta é o comportamento cúmplice de alguns agentes educativos, os pais à cabeça (muito preocupados com os 50.000 euros) e jornalistas/comentadores televisivos
Os paizinhos de hoje são os jovens de ontem. Será que os jovens teriam assim procedido se estivessem na companhia dos pais? Já nem sei. 
Tabefes, faltam.

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