“Quand vient l´âge mûr, l´homme rajeunit.” Herman Hesse
Lembro-me
dos conselhos que me foram dados pelo meu pai sobre o comportamento a ter com
as meninas, tivessem elas vocação para freira ou fossem encapotadas partidárias
do amor livre: respeito, muito respeito.
Segui esta recomendação à letra.
Segui esta recomendação à letra.
A
frustação foi grande e aumentou de ano para ano: a incompreensão das meninas era
contínua e repetida.
Embora já muito céptico sobre a justeza daqueles conselhos transmiti-os muito mais tarde ao meu filho que neste domínio do relacionamento feminino é a minha antítese.
Achei que uma boa maneira de o precaver sobre uma cruel realidade seria sob a forma de uma fábula, paradigmática, de conteúdo tecnológico, para que não houvesse sombra da sempre tão perigosa filosofia, e que não contivesse ofensa, fosse de que tipo fosse, às sagradas meninas. Aqui vai ela, tal como a que lhe dei a ler.
Embora já muito céptico sobre a justeza daqueles conselhos transmiti-os muito mais tarde ao meu filho que neste domínio do relacionamento feminino é a minha antítese.
Achei que uma boa maneira de o precaver sobre uma cruel realidade seria sob a forma de uma fábula, paradigmática, de conteúdo tecnológico, para que não houvesse sombra da sempre tão perigosa filosofia, e que não contivesse ofensa, fosse de que tipo fosse, às sagradas meninas. Aqui vai ela, tal como a que lhe dei a ler.
“Uma
linda menina guiava toda contente o “Ford T” que o seu paizinho lhe tinha dado.
Ela e a amiga, ambas de vestidos brancos cheios de folhinhos, botinhas de
verniz, encaracoladas debaixo de um chapéu de sol, iam todas felizes e
orgulhosas.
De repente, ó desgraça, a modernice soluçou, soluçou, como só as máquinas sabem fazer, e parou. E agora, olhavam-se aflitas as meninas, e agora o que vamos fazer? Com os nossos lindos vestidos, com as nossa botinhas de verniz? Que vamos fazer?
“Ora ora, vocências dão licença, dão-me a honra?” perguntou solícito o educado cavalheiro. “Pois não”, respondeu uma delas toda ruborizada sob o olhar reprovador da amiga. “Mas, por amor de Deus, seja discreto”.
“Minha querida senhora, não se preocupe”, retorquiu, seguro e orgulhoso, o educado cavalheiro. “É tão simples..sabe... estou a par dos segredos destas máquinas...”. “Pega-se nesta manivela...voilá, assim...introduzimo-la neste petit trou...voilá , assim...e, agora, com jeito e un tout petit peu de force …assim, voilá …ó-ri-ópss...”
E..., pimba,...tudo aquilo deu uma volta rapidíssima e ele levou com a manivela nos queixos. Passados quinze dias morreu. Não morreu de amores, de amor por uma das meninas toda de folhinhos brancos e de botinhas de verniz, morreu pela manivela (pura verdade devidamente registada).
O senhor Ford ficou muito triste - como só ficam tristes as almas como as dele - pagou uma valente indemnização à família enlutada - como só na América se paga - e ordenou ao seu departamento de “research and development“ que a manivela, não podendo ser despedida, fosse imediatamente substituída.
E assim nasceu o motor de arranque, o “démarreur“, dispositivo indispensável nas modernas viaturas."
Moral da fábula:
Quand nous sommes délicats et bien élevés avec une femme, c’est mal compris, mortel et pas marrant.
(pas marrant…démarreur…).
De repente, ó desgraça, a modernice soluçou, soluçou, como só as máquinas sabem fazer, e parou. E agora, olhavam-se aflitas as meninas, e agora o que vamos fazer? Com os nossos lindos vestidos, com as nossa botinhas de verniz? Que vamos fazer?
“Ora ora, vocências dão licença, dão-me a honra?” perguntou solícito o educado cavalheiro. “Pois não”, respondeu uma delas toda ruborizada sob o olhar reprovador da amiga. “Mas, por amor de Deus, seja discreto”.
“Minha querida senhora, não se preocupe”, retorquiu, seguro e orgulhoso, o educado cavalheiro. “É tão simples..sabe... estou a par dos segredos destas máquinas...”. “Pega-se nesta manivela...voilá, assim...introduzimo-la neste petit trou...voilá , assim...e, agora, com jeito e un tout petit peu de force …assim, voilá …ó-ri-ópss...”
E..., pimba,...tudo aquilo deu uma volta rapidíssima e ele levou com a manivela nos queixos. Passados quinze dias morreu. Não morreu de amores, de amor por uma das meninas toda de folhinhos brancos e de botinhas de verniz, morreu pela manivela (pura verdade devidamente registada).
O senhor Ford ficou muito triste - como só ficam tristes as almas como as dele - pagou uma valente indemnização à família enlutada - como só na América se paga - e ordenou ao seu departamento de “research and development“ que a manivela, não podendo ser despedida, fosse imediatamente substituída.
E assim nasceu o motor de arranque, o “démarreur“, dispositivo indispensável nas modernas viaturas."
Moral da fábula:
Quand nous sommes délicats et bien élevés avec une femme, c’est mal compris, mortel et pas marrant.
(pas marrant…démarreur…).
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