sexta-feira, 7 de junho de 2013

As bestas do Sul



O que são esses contratos financeiros chamados "swap"? 

Há vários tipos de “swap” (do inglês “swap”: troca), de juros, de risco, etc. Para simplificação
considere-se o “swap” (troca) de uma taxa de juro variável por uma taxa de juro fixa. 
No caso de um empréstimo a um banco, por exemplo, o empréstimo é, em geral, acordado
tendo por base uma taxa de juro variável, que sobe ou desce consoante a variação de uma
taxa de referência, a Euribor no caso do empréstimo para a compra de casa. 
Imagine que quem contrai o empréstimo acredita que os juros vão subir muito nos próximos
anos. Então, o melhor seria fixar a taxa de juro, para tornear essa subida. É exactamente isso
que um contrato de "swap" permitiria caso fosse utilisado no referido empréstimo. 
No entanto, o pior é se a taxa de juro em vez de subir descer. Fica-se a pagar um juro de
valor fixo superior ao que efectivamente é. 
Foi exactamente o que aconteceu no caso de algumas empresas públicas. Acordaram-se
contratos numa altura em que as taxas de juro estavam a subir, pensando que iriam subir
ainda mais e assim não aconteceu.... As taxas de juro desceram e as perdas potenciais podem chegar aos 3 mil milhões de euros.
O problema poderia ser apenas resultante de "azar" se alguns desses contratos não fossem,
dizem, especulativos ou de alto risco. A falta de preparação, de qualificações e, sobretudo, de
experiência (mãe de todo o verdadeiro saber) é a causa e a responsabilidade é dos governantes que nomeiam, irresponsavel e incompetentemente, com base exclusivamente na confiança partidária, como sempre.
O contribuinte e os órgãos fiscalizadores (?) da República, nomeadamente o Tribunal de Contas (cujo visto é necessário), a tutela governamental e a Assembleia da República, nada teriam a dizer se o dinheiro fosse desses "gestores". Mas não, o dinheiro é dos contribuintes. 
Recentemente e em resultado de mais esta situação escandalosa, foram despedidos dois
membros do governo e meia-dúzia de gestores. Parece que vai haver mais mas o
contribuinte, que também é votante, deveria interrogar-se: não seriam mais do que justificadas
punições exemplares e que fossem muito para além de uma simples dispensa de funções?
Não partilhando os seus ideais, divulgo este extracto da interpelação frontal da Sr.ª Deputada Ana Drago do BE na Assembleia da República no final do passado mês de Maio: 
youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LE4fz2aBfj0 
Vale a pena reter as imagens e, no discurso, os nomes de militantes partidários que
“geriram” empresas públicas com contratos "Swap" ruinosos para o Estado.
Não é o Estado que é mau gestor, são umas "bestas do Sul" (como diriam os génios do
Norte)......

 
                                     

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