Ouvi com curiosidade e atentamente as
declarações do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas no final da
reunião tida ontem, dia 11 de Julho, entre o Primeiro Ministro e os chefes dos
três ramos das forças armadas.
Disse ele entre
confrangedoras e rudimentares banalidades que, após avaliação muito detalhada (?!) as armas
roubadas têm um valor de 34.000 euros, que é possível referir (agora) que os lança-granadas foguete
estavam selecionados para serem abatidos à carga e que não têm a “relevância de” quem os tem.
Resumindo: pode haver
roubos desde que o material seja “baratucho” ou obsoleto.
Como é possível isto ser transmitido em directo por um dos generais mais graduados do exército, os quais, segundo ele, levaram um murro no estômago? E nós? Continuamos a levar palmadas próprias para parvos?
Como é possível isto ser transmitido em directo por um dos generais mais graduados do exército, os quais, segundo ele, levaram um murro no estômago? E nós? Continuamos a levar palmadas próprias para parvos?
Enfim, o que poderá ter
algum interesse são as várias hipóteses que começam agora a despontar das
declarações de comentadores ou de ditos peritos em assuntos militares ou de
segurança.
À hipótese de assalto
surge em alternativa outra provável: o roubo ter sido feito ao longo do tempo,
aos poucos. E outra ainda: o material dito roubado nunca o foi porque nunca lá
foi armazenado, o assalto foi uma encenação para resolver um problema de material roubado. Claro que estas hipóteses necessitam de clara explicação e de
indiscutíveis provas que os ingénuos julgam que surgirão no relatório de uma
comissão de inquérito.
Mas o que me importa e a
todos deveria importar é esclarecer como foi possível só haver rondas de
vigilância de 20 em 20 horas realizadas por apenas dois homens, as rondas se
efectuarem, desde 2008, com armas descarregadas "para evitar acidentes” (!), estar
um sistema de videovigilância avariado desde 2012, haver uma vedação que
necessita com urgência de obras de reabilitação e, certamente, etecetera.
Por outro lado, a mais
do que provável hipótese de ser um trabalho com cumplicidade interna tem que
ser cabalmente esclarecida e a punição deverá ser exemplar.
O resto é em grande
parte uma nuvem de fumo para escamotear o importante.
Esta do paiol não passar,
afinal, de um mero paiolzito por só ser uma espécie de grande caixa de fósforos
e, por isso, o seu roubo não ser relevante é de bradar aos céus.
Sem comentários:
Enviar um comentário