segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Presidenciais. 9 a 1.



Marcelo Rebelo de sousa (MRS), o jornalista, o político, o professor, o comentador televisivo procedeu como seria de esperar da parte de um homem inteligente.
Começou por “limpar” a direita do espectro político marcando o tempo: candidaturas só após as legislativas. Assim, deixou pelo caminho Santana Lopes e Rui Rio.
Depois, esperou pacientemente pela posição de António Guterres porque se este avançasse ele recuaria.
Finalmente, optou por uma campanha muitíssimo discreta e “apartidária”; diria mesmo mais, por uma campanha afastada do PSD e do CDS, partidos que só na recta final, com muita contrariedade por parte de Passos Coelho e Paulo Portas, foram politicamente obrigados a formalizar um apoio.
Definiu assim um cenário que lhe é muito favorável: é ele e nove outros. Já ganhou, vai ser um passeio.
MRS não necessita de debates ou de “arruadas”, embora nos debates tenha que ser muito cauteloso como ficou provado com Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa, os quais, com mais ou menos papas na língua, descobriram a sua careca e comprovaram, para além de quaisquer dúvidas, contradições ou “esquecimentos”.
E os outros? Paulo Morais o obcecado pela corrupção (o que o torna incontornável e notável); Henrique Neto, com ideias e propostas (mas sem qualquer espaço); Cândido Ferreira (cânquem?); Tino de Rans (está tudo dito); Jorge Sequeira (o “orador motivacional”); Edgar Silva (a cassette com paramento religioso); Maria de Belém (na saúde e nos pastéis tem algumas cartas); Sampaio da Nóvoa o académico (de discurso de um vazio políticamente confrangedor, redondo). Mas, também, só bastam 7.500 assinaturas...
Quem sobra? MRS que lava muito mais branco. Quais obsessões, oratórias motivacionais, pastéis, quais credenciais académicas, quais quê? Ele tem isso tudo (inclusivé pastéis politicamente saborosíssimos mas sem o discurso aberto, coerente e claro de Henrique Neto).
MRS mete-os todos no bolso.
9 a 1.
Quanto a “arruadas”, para quê? Para quê se não necessita de uma popularidade que criou ao longo de 15 anos de comentários televisivos? Bastam muitas beijocas e beijinhos aqui e acolá e uma presença por quase todo o país (muito antes do início de qualquer campanha) em lares, feiras, infantários, lugares de desgraça, etecetera.
MRS já ganhou mau grado não ter, de facto, o perfil que é de exigir a um Presidente da República. É inteligente, sério, competente, trabalhador, culto, simpático e engraçado? É isso mas não tem a seriedade e a confiabilidade, a postura e a compostura, o distanciamento e a imparcialidade, a altura e a seriedade, a coerência e a constância de acções e pensamentos, exigidas a um Chefe Supremo das Forças Armadas, ao Representante Máximo do Estado.
A campanha em curso, não é um concurso de beleza ou de simpatia, no qual MRS seria ganhador indiscutível, é de eleições para o mais alto cargo do Estado Português e aqui residem muitas (e baseadas em indiscutíveis e muito criticáveis comportamentos passados), fortes e relevantes interrogações e dúvidas sobre MRS, o criador de factos políticos, o zigzazeante, o “hoje é isto (que eu nunca afirmei)" e o "amanhã é aquilo (o que sempre disse)”, o “chico esperto” como na minha tropa se dizia.
MRS vai ganhar porque não há alternativas melhores ou mesmo comparáveis, o que diz tudo do estado a que isto chegou.
Vivó Tino!

Sem comentários:

Enviar um comentário