Assisti estupefacto a quase todas as audições da Comissão Parlamentar de
Inquérito sobre o caso da falência do GES e da resolução do que foi um
dos maiores bancos portugueses, o BES.
Este banco era, segundo os nossos
governantes (Presidente da República inclusivé), uma instituição sólida e
que merecia a confiança dos portugueses. Foi o que foi: uma desgraça
para mais de 2.500 pequenos e médios depositantes que no seu conjunto
foram roubados num total de cerca de 600 milhões de euros.
Assisti
esta semana a uma reportagem da TVI que entrevistava alguns. Fiquei
revoltado e de coração apertado com a situação dos idosos entrevistados
que perderam as economias de uma vida e não têm dinheiro para comer,
para dormir, enfim para viver.
Por outro lado, ouvi da boca dos
inquiridos na Comissão, que não são responsáveis de nada, que não sabiam de
nada, que não se lembravam de nada, mas que talvez fulano ou sicrano saibam,
se lembrem. Incomensurável falta de vergonha, própria de um garoto sentado na retrete.
Ouvi também muita
coisa que não percebi por serem neologismos ou nem isso numa linguagem
anglosaxónica pretensamente culta e superiormente conhecedora dos
“mistérios” e das jogadas financeiras. Houve um palerma, (que chegou a
ser considerado um grande gestor e inclusivamente formalmente
considerado como tal por uma universidade portuguesa) que usou e abusou,
com um sorriso imbecil, do tal palavreado.
Tive vontade de tomar
nota ou de gravar as debitadas cabalísticas expressões mas confesso que
nunca aguentei a totalidade daquelas infindáveis perguntas e respostas.
Estava no meio daquelas intermináveis horas demasiadamente cansado. Mas houve quem as memorizasse e
fizesse delas o maravilhoso texto que abaixo reproduzo.
“Tenho andado preocupado com esta situação do BES/GES e as acusações dos lesados de que desconheciam o que estavam a comprar.
Ora
bem, estive a ouvir com toda a atenção Ricardo Salgado, Zeinal Bava,
Costa (do BP), CMVM, etc, e, sinceramente, fiquei esclarecido.
Fiquei a saber que houve uma take over sobre a PT, o que provocou um dawnsizing na empresa e impediu o advanced freight.
Sendo
assim, o asset allocation baseado num appraial report, que é o
allotment indicado, provocou um average price muito baixo, reduzindo os
back to back ao mínimo.
Ora, o bid price provocou um dumping e uma floating rate incomportável com o funding previsto pelos supervisores.
Deixou, pois de existir uma verdadeira hedge, o que levou ao levantamento de hard cash em grande quantidade.
Se
considerarmos que o ICVM, ao fim do período estava a deteriorar-se e os
pay-out continuavam a baixar, a única solução seria o payabre to the
bearer de eventuais incomes da empresa.
Voltando um pouco atrás, o
pool entre Bes e GES, fez diminuir drasticamente o portfólio dos
clientes, levando inevitavelmente a um revolving credit que abrangeu a
maioria dos shareholders de ambas as empresas.
Como é evidente o pricecut da Rio Forte foi inevitável e a take over sobre a mesma também.
O gross profit baixou significativamente, aumentando o grade period e o bank rate.
Só
para terminar e em jeito de conclusão creio que estamos perante uma
grande quantidade de fillhosdaputing, que utilizando a corrupting ao
nível central e local, foram delapidanding os recursos do país e
continuam em casa riding da situação, deslocando-se de vez em quanding à
Assembleia, fazer de parving os deputados e o poving em geral. Tenho dito.”
Parabéns ao desconhecido autor destas linhas que as publicou numa rede social muito na moda.
E
parabéns aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito, em particular ao Presidente o Sr. Dr. Francisco Negrão pela forma superior como dirigiu os trasbalhos e, também, à Sr.ª deputada Mariana Mortágua pela
sua excelente, educada, mordaz e muito competente participação.
Quanto aos inquiridos presumivelmente cúmplices de fraude já estariam atráz de grades se a nossa justiça fosse eficaz e rápida, como nos EUA (o Sr. burlão Madof apanhou 150 anos de prisão apenas 6 meses após ter sido denunciado).
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