terça-feira, 6 de maio de 2014

Datas históricas de ontem e de hoje


Como amante da minha pátria de território (que já foi maior), de língua (tão admiravelmente utilizada pelos nossos poetas) e de gentes (valentes e trabalhadoras), julgo não se dever misturar “Datas” com “datas”.
Esclareço depois de orgulhosamente explicitar alguns caracteres do meu chão, da minha terra.
Que admirável na sua diversidade e particularidade é este Portugal! Do norte verde e “curvo” ao sul austero e “plano”, da terra pequenina ao imenso mar.
E a nossa língua? Há quem a queira estropiar com a complacência do poder e a revolta dos poetas e dos escritores, mas leiam-na e constatem que, não tendo os infinitos vocábulos da de albion, é maravilhosa e tem uma musicalidade que ultrapassa a sua raíz latina.
Que extraordinários e bravos soldados , que temerários e nunca temerosos marinheiros que nada devem aos astronautas de hoje que são lançados no espaço procurando mais universos no Universo.
Trocaria ser português por quem?
Por nenhum povo da Europa e tenho muito sangue francês, povo sanguinário nas suas revoltas mas que, no entanto, marcaram sempre  a história contemporânea política, social e científica.
Voltemos, então, ao que me traz, às “datas históricas” (as de ontem e as de hoje).
                                      

1143: Independência de Portugal e a sua afirmação no contexto das nações ibéricas.
1297: Após a conclusão da Reconquista, D. Dinis definiu, com os soberanos de
Leão-Castela (sublinho, Portugal como já o era, e Leão e Castela) as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes.
                   


1494: Tratado de Tordesilhas pelo qual, com a visão do grande rei que foi D. João II, o Mundo foi dividido, com a benção papal entre as soberanias de Portugal e de Castela (Leão e Aragão, por exemplo, já eram).
1640: “Grito do Ipiranga” português que devolveu a Portugal a sua independência e que o libertou da tutela castelhana (ah, amigos catalães como os compreendo) e  se não fosse a decidida mas, custa-me reconhecê-lo, justificável escolha  deles por nós, nunca hoje a Espanha teria os reais e muito sérios problemas do grito autonómico da Catalunha, a qual, por ser o que é,  protegeu a sua língua e não deixou que lhe acontecesse o que a ditatura franquista fez à língua galega, destruindo-a, lenta mas inexoravelmente.
1815: Reconhecimento europeu, após a derrota de Napoleão, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
1910: Implantação da República.
1928: Rebelião militar que pôz termo ao regime “paralamentar” e que abriu o caminho à ditadura militar (totalmente assumida como tal e justificada) e ao “consulado” de Salazar.
1974: Revolta militar, com clara componente  corporativa, que instaurou um regime que se queria democrático mas à sombra do único partido organizado, o Partido Comunista Português.
1976: Proclamação da Constituição da República Portuguesa (objecto de sete revisões: 1982, 1989, 1992, 1997, 2001, 2004, 2005) que subsituíu a salazarista de 1933.
Sim, são “Datas” que marcam na história de Portugal.
Mas, espantem, é anunciada uma nova “data”: 4 deMaio de 2014 na qual, dizem, Portugal recuperou a sua soberania financeira, regressou plenamente aos mercados e teve uma “saída limpa”.
Ó meu Deus, como é possível? Por que não limpam as mãos à parede?!
Valha-nos N.S. de Fátima!


                                                            

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