terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Gaiola Dourada





A condecoração de Cristiano Ronaldo com a ordem do Infante D. Henrique, os
trejeitos da primeira dama, o mini comité com os netinhos presidenciais,
lembraram-me algumas situações de um filme luso francês recentemente
exibido sobre um casal emigrante em Paris, ela porteira e ele pedreiro.
As situações apresentam paralelismos: um potencial regresso às origens, o
ambiente familiar, a influência do prestígio e do dinheiro nas relações sociais,
mas também diferenças: a falta de autenticidade, de humildade e de verdade; o
autoritarismo feminino; a presunção em todo o seu esplendor; a subserviência
da “entourage”.
“Enfim, ç´est la vie n´est ce pas?”.
Mas a questão que poderá suscitar a curiosidade do cidadão (talvez não o devesse) é: qual  o futuro dele?
Será , como no filme, que dadas as confessadas  limitações orçamentais
(vivendo de parcas reformas de professores, como publicamente confessado) o
casal regressa às origens, e volta, por exemplo, para Boliqueime?
Ou fica na capital presidindo a uma fundação (ou outro tipo de organização do mesmo género sustentada pelo erário do Estado) continuando ”devotado à causa pública” e  levando uma vida austera própria de necessitados?
Soluções estas que são ambas à medida de um ex-presidente da República  (modelo Soares ou modelo Sampaio). Mas a imaginação política é enorme e outros modelos haverá certamente.
Ainda é cedo "mais nous verrons” mas sem surpresas de maior.
Certo, certo é que já levou uma lembrança sem ter que agitar um cartaz “CR7 dá-me a tua camisola”.





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