Pela voz do génio precoce ministro Poiares Maduro,
o Governo anunciou a criação de um “comité de sábios”. Não é uma comissão mas
são sábios. Doze sábios e três sábias (onde está a paridade?).
Neles, identificam-se dois “independentes”
próximos da área do PSD que tem cinco, sete são próximos do PS e um do CDS.
Oito são das económicas/finanças, três são juristas, dois são engenheiros
académicos, um é sociólogo e um é licenciado em geografia. Dois dos sábios têm pouco mais de 40 anos.
Qual a razão desta peregrina ideia de um “comité de sábios”? Para a criação de um novo
vocábulo "politicocomunicacional"? Para lavar as mãos na distribuição da riqueza que aí vem?
Para provar uma “transparência” na gestão do dinheiro que a Europa nos irá dar? Porquê? E qual a missão deste “comité”? Segundo o Governo, entre outras, definir uma “arquitectura de
programação”, um “verdadeiro processo concorrencial na definição de prioridades” e “instrumentos públicos a privilegiar”. Frases sonantes, quase próprias da cabala, e (atenção à matéria) relacionadas com a gestão dos fundos comunitários.
De acordo com o “Quadro de Referência Estratégico Nacional”, Portugal já recebeu 11.932,6 milhões de euros, correspondente a 55, 72% da sua dotação programada para o período 2007-2013 (www.qren.pt/np4/3381.html).
É um total de mais de 21.415 milhões de euros que corresponde, para aquele período de sete anos, a uma verba de cerca de 8,3 milhões de euros por dia e de 3.059 milhões de euros por ano, em média.
Há muito dinheiro que se recebeu e continua a receber-se da Europa. Gastá-lo bem é,
naturalmente, o que importa. Mas em Portugal, contrariamente ao que acontece noutros
países europeus, são necessários sábios para estudar a questão. Independentes, claro, como foi sublinhado pelo Sr. Poiares Maduro (independentes de quem? porquê o sublinhado? haverá alguém verdadeiramente independente?). Claramente os quinze não o são, bastando para tal consultar as suas biografias. E, já agora, sábios também têm que ser. Claramente também não o são. Longe disso, muito longe disso.
O Governo encontrou quinze, não se sabe com que critério, e baptizou o conjunto com um
nome ridículo que só se justifica pelo ridículo da ideia. Mas, no fundo, este Governo o que é para além de trapalhão? É isso.
O que me faz espanto é o convencimento dos magníficos quinze que o são dado que não o contestaram. Eventualmente limitaram-se a aceitar inclinando modestamente a cabeça. Eles sábios? Há pouquíssimos em Portugal, na Europa e no Mundo. Há, todos os anos, “nóbeis”, mas sábios?
Eles, os 15, não tiveram o mínimo de pudor de se deixarem adjectivar assim. Estão porventura convencidos de uma sua suma e crucial importância. Para eles é uma situação triste (embora a arrogância e a vaidade sejam, frequentemente, véus para a vergonha). Para o cidadão é a continuação das trapalhices.
Qual a razão desta peregrina ideia de um “comité de sábios”? Para a criação de um novo
vocábulo "politicocomunicacional"? Para lavar as mãos na distribuição da riqueza que aí vem?
Para provar uma “transparência” na gestão do dinheiro que a Europa nos irá dar? Porquê? E qual a missão deste “comité”? Segundo o Governo, entre outras, definir uma “arquitectura de
programação”, um “verdadeiro processo concorrencial na definição de prioridades” e “instrumentos públicos a privilegiar”. Frases sonantes, quase próprias da cabala, e (atenção à matéria) relacionadas com a gestão dos fundos comunitários.
De acordo com o “Quadro de Referência Estratégico Nacional”, Portugal já recebeu 11.932,6 milhões de euros, correspondente a 55, 72% da sua dotação programada para o período 2007-2013 (www.qren.pt/np4/3381.html).
É um total de mais de 21.415 milhões de euros que corresponde, para aquele período de sete anos, a uma verba de cerca de 8,3 milhões de euros por dia e de 3.059 milhões de euros por ano, em média.
Há muito dinheiro que se recebeu e continua a receber-se da Europa. Gastá-lo bem é,
naturalmente, o que importa. Mas em Portugal, contrariamente ao que acontece noutros
países europeus, são necessários sábios para estudar a questão. Independentes, claro, como foi sublinhado pelo Sr. Poiares Maduro (independentes de quem? porquê o sublinhado? haverá alguém verdadeiramente independente?). Claramente os quinze não o são, bastando para tal consultar as suas biografias. E, já agora, sábios também têm que ser. Claramente também não o são. Longe disso, muito longe disso.
O Governo encontrou quinze, não se sabe com que critério, e baptizou o conjunto com um
nome ridículo que só se justifica pelo ridículo da ideia. Mas, no fundo, este Governo o que é para além de trapalhão? É isso.
O que me faz espanto é o convencimento dos magníficos quinze que o são dado que não o contestaram. Eventualmente limitaram-se a aceitar inclinando modestamente a cabeça. Eles sábios? Há pouquíssimos em Portugal, na Europa e no Mundo. Há, todos os anos, “nóbeis”, mas sábios?
Eles, os 15, não tiveram o mínimo de pudor de se deixarem adjectivar assim. Estão porventura convencidos de uma sua suma e crucial importância. Para eles é uma situação triste (embora a arrogância e a vaidade sejam, frequentemente, véus para a vergonha). Para o cidadão é a continuação das trapalhices.
Os sábios farão alguma coisa concreta, criteriosa
e economicamente eficaz, ou limitar-se-ão a dizer qualquer coisa quando forem
chamados à pedra? Ver-se-à, então, se a frase de Platão se aplica.
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