“...A única forma de chegar ao impossível é acreditar no impossível...”, “Quanto tempo dura o eterno? Às vezes apenas um segundo”.
Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll.
Personagens:
O Zé. Vigoroso, franco e directo com todos os que encontra.
O Coelho. Pomposo, autoritário para com os criados, bajulador e obsequioso
para com os superiores.
O Gato Gaspar. Invulgarmente calmo, tem uma exacta ordem das coisas muito
própria e um
sorriso crispante.
A Duquesa Ângela. É o que é: é quem manda no Coelho.
O Chapeleiro Silva. É o que cobre com o seu chapéu o Coelho, o Gato Gaspar
e os outro loucos.
Cenário: Junto a um buraco num canteiro à beira-mar plantado estão o Zé, o Coelho, o Gato Gaspar, a Duquesa Ângela, o Chapeleiro Silva e outros loucos.
Cenário: Junto a um buraco num canteiro à beira-mar plantado estão o Zé, o Coelho, o Gato Gaspar, a Duquesa Ângela, o Chapeleiro Silva e outros loucos.
“É buraco a seguir a buraco! Quando é que tapam este buraco?” pergunta o Zé.
“Não vale a pena tentar, não se pode acreditar em coisas impossíveis”.
“Tens pouca experiência, Coelho. Quando tinha a tua idade, tentava-o uma
vez por dia. Por vezes, acreditava seis coisas impossíveis antes do
pequeno-almoço” respondeu a Duquesa.
“Mas onde está a saída, Gaspar?”
“Depende”.
“De quê?”.
“Depende para onde se quer ir e se não se sabe para onde se vai não
interessa o caminho que se toma”.
“Mas eu não quero encontrar-me com gente louca!”.
“Não podes evitá-lo, aqui todos nós somos loucos. Eu sou louco, tu és
louco”.
“Como é que sabes se sou louco?”.
“Deves ser ou não estarias aqui. Poucos encontram o caminho, apenas alguns
o reconhecem quando o encontram e então nunca o desejam. Alguns vão por este
caminho, outros pelo outro. Eu prefiro o atalho”.
"E tu, como é que te chamas?”.
“Zé”.
“O Zé?!”.
“Sim, mas há alguma dúvida sobre isso, Gato Gaspar?”.
“Nunca me envolvo em política. Estás a gostar do jogo?”.
“Acho que estão a fazer batota”.
“Ninguém faz batota se pensar que se pode safar” esclarece o Chapeleiro
Silva.
“?”
“As explicações levam um tempo medonho. A melhor maneira de explicar é
fazer sem explicar. Quando tiveres dúvidas não fales. A exacta ordem das coisas
é, para mim,
frequentemente um mistério e para os outros fá-los reflectir porque é que continuo a sorrir”
frequentemente um mistério e para os outros fá-los reflectir porque é que continuo a sorrir”
exclama o Gato Gaspar.
“Para de grunhir, não é de modo nenhum uma maneira de te exprimires.
Meu caro Coelho,
estás a pensar nalguma coisa e por isso esqueceste-te de
falar”.
“Duquesa, acha que pode encontrar uma solução para isto?”.
“Exactamente”.
“Então deveria dizer o que pensa!”. (“Como estas criaturas dão ordens e obrigam a recitar lições. Nunca confiei
em cogumelos venenosos mas alguns devem ter as suas qualidades”).
“Tut, tut, miúdo. Tudo tem uma moral desde que a encontres. Eu cá
dou-me muitos bons
conselhos mas raramente os sigo. (“Gostaria tanto que as criaturas
não se ofendessem tão facilmente, mas com o tempo habituamo-nos”).
“Que ninguém se mexa: o meu cérebro caíu!. Que S. Jorge nos acuda."
“Mas ó Zé eu não sou nenhuma cobra,
sou um coelho!”.
“Comes ovos, Coelho?”.
“H...mm, sim.”.
“H...mm, sim.”.
“Então não me interessa se és cobra ou se és coelho, sai do pé dos meus
ovos, dos meus
direitos, das minhas poupanças! Vou avisar-te, Coelho, com toda
a franqueza: ou tu ou a tua
cabeça têm que ser cortados e isto em metade de
nenhum tempo. Escolhe.”
“Ó meu deus, ó meu deus, estou atrasadíssimo para um muito importante e
novo encontro
com a Duquesa...Não tenho tempo para dizer olá, adeus!...É tarde,
é tarde, é tarde...Na
realidade não estou de facto atrasado e não tenho
qualquer encontro...sou uma fraude...”.
Boa!
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