segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Papa, bispo de Roma


“ (...) As primeiras comunidades de fiéis, as ecclesias, não foram nem mais nem menos do que células, como se chamam hoje às comunistas.
Estavam espalhadas em todas as cidades do Império aonde chegara a palavra dos apóstolos.
Na chefia de cada comunidade era colocado um presbítero,... livremente escolhido pela assembleia de fiéis. Para o assistir foram nomeados diáconos e subdiáconos, acólitos, leitores e exorcistas (aos quais se confiava a cura dos epilépticos).
Inicialmente as ecclesias não tinham entre si relações hierárquicas. O presbítero dava conta da sua conduta apenas a Deus e aos fiéis que o tinham eleito, o que garantia uma perfeita democracia mas não se revestia de qualquer forma de organização.
Com a difusão maciça do cristianismo nas províncias do Império, a necessidade de uma verdadeira organização revelou-se essencial. Multiplicando-se as ecclesias em cada cidade, os vários presbíteros acabaram por eleger um epíscopo, um bispo, que lhes coordenaria as acções.
No séc. IV começaram a aparecer os primeiros arcebispos, os metropolitas e os primazes que eram os supervisores dos bispos de uma província. Até que em cinco cidades – Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria – foi instalado um patriarca.
Paulo, nas suas cartas, informa que o movimento de Jesus (o termo “cristão” só surgiu mais tarde) era dirigido por três “pilares”: Simão-Pedro, João e Tiago “irmão do Senhor”, ressaltando claramente que este último, que exercia o seu magistério em Jerusalém, constituía a autoridade suprema.
O de Roma chamou-se Papa, mas este título era também usado por muitos outros bispos.
O papa de Roma era apenas o bispo de Roma, eleito, como todos os outros, pelo clero e pelo povo da cidade.
A teoria de que S. Pedro, fundando a primeira ecclesia em Roma, tinha uma primazia começou a desenvolver-se apenas no séc.V. Até então o seu bispo tinha a mesma importância e os mesmos atributos que os das outras quatro sedes patriarcais. Só no Concílio de Calcedónia de 381 o bispo de Roma foi reconhecido, com muitas dificuldades e divergências, primus inter pares
    
No séc. VI, a supremacia, que ele já de facto exercia, foi consagrada com o título de Pontífice 
ou seja sucessor de Pedro, vigário de Cristo e chefe ecuménico da Igreja. (...)“.
(notas recolhidas há anos, cuja fonte hoje desconheço).

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