sábado, 26 de maio de 2018

A Sportingada


Um puro acto de terrorismo foi o que aconteceu na academia de Alcochete.
38 vândalos (número recentemente actualisado não se sabe ainda como) invadiram uma propriedade privada que estranhamente se encontrava aberta (só se pode entrar com autorização e acompanhado por agente desportivo). Toda a segurança se encontrava “desactivada”.
De facto, embora o pessoal da empresa privada de segurança tenha sido avisado da “visita” apenas um elemento estava na portaria, o que revela uma estranha passividade próxima da conivência. Por outro lado, as câmaras de videovigilância instaladas em Alcochete são monitorizadas a partir do estádio José Alvalade em Lisboa mas o sistema sofreu uma falha precisamente no momento da invasão.  
Os selvagens conheciam bem o sítio. Localizaram sem hesitações o balneário (junto ao campo principal integrado num conjunto de cinco relvados), arrombaram o que deveria ser arrombado e agrediram com cintos, ao pontapé, ao murro e à bofetada, elementos da equipa técnica e os jogadores que tiveram o azar de com eles se cruzar (embora clamassem o nome dos seus alvos preferenciais).
23 desses vândalos foram presos pela GNR e levados para o tribunal do Barreiro. Lá, o atento telespectador ficou estupefacto com algumas declarações dos advogados, porque “são miúdos a quem ainda ontem os pais tinham que atar os sapatos” e porque se estava a culpar inocentes que nada fizeram e que apenas lá poderiam ter estado não tendo, no entanto, nada feito.
Mais: no final do segundo dia dos interrogatórios, definidas as medidas de coacção e na altura do transporte dos selvagens para prisões, “amigos e familiares” não deixaram de manifestar ruidosamente a sua revolta pela decisão da justiça. É caso para dizer que quem sai aos seus não degenera.
Em boa verdade, hoje sabe-se muito pouco do “como” esta selvajaria foi possível. Quem foi o mandante? Quem autorizou a recolha por automóvel de 3 ou 4 bestas restantes? Quem mandou que o chefe da juventude leonina saísse da academia de carro especialmente enviado para o efeito? Quem “desactivou” o sistema informático de vídeo vigilância em Alvalade na precisa altura do assalto? Porque é que a equipa de segurança em Alcochete, avisada da “visita”, não reforçou a portaria e não solicitou oportunamente o apoio da GNR?
Parece claro que há cúmplices no clube. É importante esclarecer essas cumplicidades mas até à data ainda se anda no nevoeiro.
              
Ontem, Bruno de Carvalho, o responsável moral por aquele desastre, pelas derrotas da equipa de futebol, pela perda da taça de Portugal, por um terceiro lugar no campeonato, pelo irremediável desastre que assola o Sporting, deu uma conferência de imprensa no final de uma reunião dos órgãos sociais do clube.
   
                                                    BdC
Depois de mirabolantes afirmações para negar o apego ao cargo, colocou os seus galões militares na mesa: nascido em 1972 foi colocado na “reserva territorial” (sic) e lá (!) aprendeu que um militar nunca abandona os seus companheiros em cenário de guerra (coisa que ele não sabe o que é) e que nunca se passa para o lado do inimigo como fez, no seu entendimento, um militar sócio do Sporting. 
Acontece que esse sócio, que ele não nomeou, é o demissionário director clínico do clube o qual, como capitão do exército, esteve em missão militar no Afeganistão; foi condecorado. Ou seja, esteve na tropa, não foi colocado em “reserva territorial”. Sabe muito bem o que é ser militar e fez o seu juramento de bandeira. Não tem que receber quaisquer lições de comportamento militar, sobretudo de quem nunca o foi. 
Pela sua acção recente, o actual presidente do Sporting revela continuar a ser um perfeito membro de claque. Ex-membro da claque Juventude Leonina (1985-1990) e, ainda actualmente de acordo com os seus dados curriculares, membro da claque Torcida Verde. Esta situação não é recomendável mas explica o seu desejo de ser um “presidente-adepto” como sublinhou em recente entrevista.
Os assaltantes da academia são confessadamente membros de claque. BdC não ficou incomodado com esse facto que apenas achou “chato”.
Mas atenção, estando manifestamente agarrado ao tacho não é parvo. É inteligente, sabe muito bem o que quer e como lá chegar e a sua passada e eficaz acção como dirigente está aí para o provar.
Aqui residem os perigos para o Sporting: ter como dirigente um animal raivoso, louco e inteligente e que foi e é membro de claque.
Uma vergonha que poderá conduzir o Sporting à pequenez.

          

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