sexta-feira, 25 de maio de 2018

A guerra do amanhã.



No seu livro “O ano de 2000” o escritor Herbert Khan previu que não mais haveria “guerras mundiais” (no sentido de um confronto directo entre duas ou mais potências militares do planeta, como foram no século XX as 1ª e 2ª Grandes Guerra), mas sim conflitos regionais e, em particular, guerras urbanas (de que o actual terrorismo é exemplo, quer na Europa quer no Médio Oriente).
A sua previsão revelou-se correcta, embora exista hoje o preocupante problema da disseminação das armas nucleares (a questão da Coreia do Norte é exemplo) e, num meio termo, o conflito que actualmente afecta o Médio Oriente, com a Rússia e o Irão xiita de um lado e a sunita Arábia Saudita, o “Ocidente” europeu e os EUA do outro. O armamento nuclear está lá como dissuasor com Israel como potência regional.
Na altura da publicação do referido livro (pelos anos 60 do século passado) resolvi não o ler e aguardar pelo ano 2000. Assim foi e, em resumo, nos diversos domínios estimei que a equipa de Khan acertou em cerca de 10% das suas previsões. Falhou na evolução tecnológica, nomeadamente no que respeita à medicina e à informática e acertou na guerra, embora sumariamente. Foi pena que não tivesse desenvolvido suficientemente o tema.
Na minha opinião, um “novo” míssil ou a “invisibilidade” de aviões ou mesmo de tanques como recentemente anunciado, são inovações militares menores. São ambas comparáveis à invenção da metralhadora, que matava mais e muito mais rapidamente do que qualquer arma de fogo do seu tempo.
Hoje, embora se mantenha a “moderna” arma química (sucessora do gás de mostarda do tempo da guerra das trincheiras) a “guerra” é a “net” na sua acepção mais lata, os sistemas de informação, a “miniatura” difícil de localizar mas fácil de introduzir, a substituição do homem pela máquina.
Já acontece…
A alegada interferência nas eleições americanas, as “inexplicáveis” perturbações em redes eléctricas, de comunicação e de abastecimento de água, o “crash” de sistemas informáticos, a notavelmente precisa e comandada à distância destruição de objectivos através de “drones” (que já não são apenas evoluídos brinquedos), a substituição dos tradicionais e volumosos ramos militares por pequenas mas altamente especializadas “forças especiais” e, provavelmente num futuro mais longínquo, a utilização de soldados-máquina. 
No mar é que nada foi divulgado de inovador o que não deixa de ser estranho considerando a superioridade histórica das potências marítimas e a importância que o mar tem em termos estratégicos, quer de um ponto de vista puramente militar (a anexação da Crimeia, por exemplo), quer no domínio económico onde o transporte de matérias primas tem um papel dominante (é o caso da guerra na Síria).
Não, a guerra de amanhã não será um conflito nuclear global. Não será necessário. Terá na sua base a tecnologia e como principais ferramentas a informática, a miniaturização e a robótica.

                     


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