segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

MRS o Catequista



Do grego “Kateknistés”: o que ensina de viva voz.


“O segundo vinho é sempre o melhor” disse o Presidente da República a propósito da administração da CGD recentemente indigitada.
Já Cristo se deparou com a mesma questão nas bodas de Caná quando foi servida a nova remessa de vinho. O noivo percebeu que o último vinho era melhor que o primeiro e admirou-se porque, primeiro, é servido o melhor vinho após os convidados terem bebido bastante e só depois é servido o vinho menos bom. Mas o “segundo vinho”, o pior, era o resultado da transformação por Jesus da água em vinho.
Vale o que vale mas, embora os contribuintes já tenham tragado muito do que é mau do copo de Coelho, não devem beber as palavras de mais iluminados sobretudo quando são adjectivadas como “melhores”.
Na sua visita à Autoeuropa declarou “Olhe eu não sei porquê tenho um feeling. O Presidente da República tem por vezes feelings: as exportações em Novembro vão claramente crescer”. “Feelings” é o que não falta ao Presidente da República.É uma pena.
Depois (“logo a seguir”?), na sua página da Presidência, Marcelo lamentou a morte do cantor inglês George Michael e recordou os desaparecimentos de David Bowie e de Prince. Vocação falhada de cantor amador? Nem o Pedro Passos Coelho (ele sim com aparentes dotes e antecedentes com as “Doces”) se lembrou de fazer.
Depois (ou terá sido antes?) promoveu uma reunião entre o actor Luis Miguel Cintra, fundador há cerca de 40 anos do teatro “A Cornucópia” – teatro onde hoje todos dizem ter ido mas que estava sempre vazio –, e o Ministro da Cultura porque segundo ele “Vale a pena ver se é possível um projecto que não seja o do encerramento”. Segundo o semanário Expresso “O Presidente da República alterou a agenda desta tarde de sábado e até fez com que o ministro da Cultura não fosse a Castelo Branco para ir também ao teatro discutir possíveis soluções sobre o tema. Marcelo sugeriu um regime de excepção”. Valha-nos Deus, uma verdadeira intrusão em competências exclusivas do Governo!
Que mais se seguirá?
Um conselho de vacinação contra a gripe foi o que se seguiu. O homem também sabe muito de medicina provavelmente porque filho de peixe sabe nadar.
Assim vai Marcelo a falar de tudo e de nada, a meter a colherada onde não deve. Como é possível um homem tão inteligente e culto meter-se, a torto e a direito, em tudo?! Talvez vaidade e resquícios da sua intensa actividade de comentador televisivo. Quando é que ele vai recomeçar a dar notas? Seria, para mim, uma delícia.

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