Era uma vez um “lobo mau”
que diariamente visitava os coelhinhos e lhes perguntava pelo pai. “Não está?
Olha que pena porque se estivesse dava-lhe um pontapé no rabo”. Os coelhinhos
ficavam muito incomodados e um dia quando o pai apareceu disseram-lhe “ Olha
pai, um lobo passa por aqui todos os dias, pergunta por ti e depois diz que se cá
estivesses dava-te um pontapé no rabo”. O Coelho ficou furioso e ficou à coca.
Quando o “lobo mau”
apareceu e interrogou novamente os coelhinhos, o Coelho saiu de casa em
perseguição do lobo. Este, temeroso, fugiu (esta de um lobo fugir frente a um coelho
é pouco credível mas faz parte da história) e escondeu-se dentro de um tronco
oco que estava no caminho. O Coelho despeitado, raivoso e inconsciente dos seus
“inchaços de soberba” foi atrás e ficou entalado com o rabo de fora (como o
gato da outra história).
O lobo apareceu por trás
e exclamou “Eu até nem gosto fazer isto mas prometi às crianças” e pimba,
pontapé no rabo.
Há coelhos estúpidos
que, convencidos que as suas mentiras metem medo pela sua gravidade, acabarão
vergonhosamente com o rabo entre as pernas, coelhinhos que o seguem respeitosa
e religiosamente e, infelizmente, muito poucos lobos dispostos a dar um valente
pontapé no rabo de coelhos inchados de importância. Rabo aqui em sentido
figurado, claro, porque todos têm rabos e, na política, pouca vergonha com o
que com ele fazem que é o caso dos mentirosos ex-primeiro ministros “Engenheiro
Sócrates” e “Doutor Coelho”.
O futuro trará
certamente mais “novidades”.
Vem isto a propósito das
declarações do Sr. Coelho sobre a inauguração do Túnel do Marão. Fê-las com
aquele ar auto suficiente, que incluiu o esclarecimento que hoje já não é
primeiro ministro. Espantoso.
A adicionar às inúmeras
mentiras do passado, desde as promessas pré-eleitorais de ontem e de anteontem (como,
por exemplo, o não aumento de impostos ou a devolução da sobretaxa do IRS) teve
o desplante de afirmar o seguinte (jornal
“O Publico” de 7 de Maio de 2016):
"Creio que o túnel
do Marão é uma obra bastante consensual em Portugal. Não vale a pena reclamar
louros sobre ela. Mesmo que eu fosse primeiro-ministro, coisa que hoje não sou,
e a obra fosse inaugurada amanhã, eu não estaria lá", referiu Pedro Passos
Coelho. O ex-primeiro-ministro, que falava no Porto à margem da apresentação
das publicações "Europa - Pela Nossa Terra" disse que
"nunca" esteve numa obra de inauguração enquanto liderou o Governo.
"Nem de estradas, nem de autoestradas, nem de pontes, nem de coisa
nenhuma. Estaria lá com certeza o senhor ministro da Economia em representação
do Governo".
(O
jornalista do “Público” provou que, novamente, tal não corresponde à realidade):
“Alguns exemplos: em
Agosto do ano passado, a pouco mais de um mês das eleições legislativas, o
então primeiro-ministro inaugurou a nova Ponte da Foz do Rio Dão, uma obra que
custou mais de 10 milhões de euros e fica integrada no Itinerário Principal (IP3),
entre Mortágua e Santa Comba Dão.
Um mês antes, compareceu
na inauguração dos Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos e em
Abril, inaugurou um bloco de rega do Alqueva acompanhado da então ministra da
Agricultura, Assunção Cristas.
Em Março de 2014,
inaugurou a sede da Polícia Judiciária em Lisboa, e em Outubro do mesmo ano o
novo quartel de Estremoz da GNR.
No ano anterior, ainda
durante a troika, discursou na inauguração das novas instalações da Porto
Business School, em Matosinhos, e a lista não acaba aqui. Já em Fevereiro deste
ano, enquanto presidente do PSD, Passos Coelho foi ao Lordelo (Paredes)
inaugurar uma escola que estava em funcionamento há três anos.” (fim de citação do artigo do Público).
Há muitos que ainda não
perceberam que Sócrates e Coelho são duas faces (por isso diferentes) de uma
mesma moeda: a da mentira e aldrabice.
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