quinta-feira, 21 de novembro de 2013

CR 7, a austeridade e o campeonato do mundo de futebol



Portugal derrotou a Suécia e classificou-se para o campeonato do mundo no Brasil.
Por cá foi uma explosiva alegria, por lá foram protestos contra os milhares de reais gastos num país em que verbas essenciais aos serviços de saúde e de educação não são disponibilizadas pelo governo federal e a cidade de Santos revoltou-se com inhabitual violência contra o aumento dos custos nos transportes públicos.
Por cá era vê-los e ouvi-los, desde o cidadão anónimo aos profissionais e comentadores desportivos. Portugal, pindérico e de mão estendida ao FMI e ao BCE, passou a ser uma potência mundial, orgulhosa e sorridentemente afirmada.
Outra tristeza que me lembra tempos passados em que os democratas de hoje acusavam o governo de fornecer ao povo “ópio” para que ele se esquecesse da falta de liberdade, do analfabetismo, da mortalidade infantil, da pobreza, eteceteraetal. Enfim.
Temos pois remédio comprovado e alternativo às medidas aconselhadas por comentadores políticos de todos os quadrantes. Em vez de comunicação e explicação das medidas de austeridade, os Srs. Maduro ou Marques Guedes poderão prescindir das suas conferências, diárias ou semanais ou mensais ou trimestrais, vá lá saber-se. Eles, ou outros, que ponham em nome do governo toneladas de açúcar na amargura desta austeridade que está a matar Portugal.
Os sindicatos e confederações patronais que parem com essa ineficaz e irritante reivindicação de reuniões de concertação social. Qual concertação qual quê, uns bons quilos de “açúcar” e as discordâncias laborais desaparecem como por magia. Com o “açúcar” do triunfante futebol, as questões arredondam-se, tornam-se em golos, foras-de-jogo, êrros de arbitragem.
Qual Passos Coelho, Seguro ou Cavaco! Quais greves, congressos de esquerda!
Qual Tribunal Constitucional!
Quais quês.
Que o “El Comandante” tome as rédeas do jogo.
CR7 ao poder, já.

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