Ecclesias era como se chamavam as primeiras comunidades dos
seguidores de Jesus (o termo “cristianismo” só surgiu mais tarde). Eram células
à semelhança das comunistas de hoje. A chefia de cada ecclesia era
assegurada por um presbítero livremente eleito pela comunidade. O presbítero
era assistido por diáconos e subdiáconos, acólitos, leitores e exorcistas
(aos quais se confiava a cura dos “possuídos”, dos epilépticos). O presbítero
dava conta da sua conduta apenas aos seus fiéis, não existindo qualquer relação
hierárquica entre os de cada cidade ou de cada comunidade. Melhor exemplo de
democracia não há.
No entanto, a partir do século IV, com a enorme
expansão do cristianismo transformado em religião de estado, a multiplicação de
ecclesias em cada cidade tornou essencial uma verdadeira organização
religiosa. Assim os presbíteros passaram a eleger, para a coordenação
das suas acções, um epíscopo (um bispo). Posteriormente, apareceram a aparecer os arcebispos, os metropolitas e os primazes
que eram os supervisores dos bispos de uma província. Até que em cinco
cidades – Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria
– foi instalado um patriarca. (Constantinopla,
inaugurada em 330, só foi sede do Patriarcado do Oriente no séc. V, em 450. No séc. VI, com o seu milhão de habitantes, era a cidade mais
populosa do mundo, seguida, mas a muita distância, de Cartago,
Alexandria e Antioquia). Paulo, nas suas cartas, informa que o movimento de Jesus era dirigido por três “pilares”: Simão-Pedro, João e Tiago “irmão do Senhor”, ressaltando claramente que este último, que exercia o seu magistério em Jerusalém, constituía a autoridade suprema. Apenas no século V é que começou a teoria de que Pedro, fundador da primeira ecclesia em Roma, tinha primazia e foi nessa altura que apareceu a designação Papa, título também usado por muitos outros bispos.
O papa de Roma era apenas o bispo de Roma, eleito, como todos os outros, pelo clero e pelo povo da cidade e tinha a mesma importância e os mesmos atributos que os das outras quatro sedes patriarcais. Só no Concílio de Calcedónia de 381 o bispo de Roma foi reconhecido, com muitas dificuldades e divergências, primus inter pares.
Depois, no séc. VI, a
supremacia de facto do bispo de Roma foi consagrada com o título de Pontífice,
ou seja, chefe da Igreja.
Brasão de Bento XVI
Neste brazão destacam-se três elementos: a cabeça coroada de um negro, uma concha e um urso que carrega um fardo atado, formando o cordame uma cruz de St. André.
Um mouro figura nas bandeiras da Córsega e da Sardenha, simbolizando em ambas a victória daqueles povos sobre os sarracenos (século XIII).
A concha tem um triplo significado para os cristãos: a lenda de S. Agostinho relativa ao menino que pretendia encher com ela todo o mar numa cova feita na areia (inútil tentativa de fazer entrar a infinidade de Deus na limitada mente humana), é o símbolo do peregrino e é o utensílio utilizado no baptismo cristão.
O urso - que consta das armas da cidade de Freising cujo patrono é S. Corbínio (séc. VIII) o qual tem uma história que explica a figura do urso - identifica o arcebispo de Freising-Munich, Joseph Aloisius Ratzinger, tal como o leão de Veneza identifica o papa João-Paulo I que daquela cidade foi arcebispo.
O urso foi utilizado pela Igreja como símbolo da victória do cristianismo sobre o paganismo podendo também, nas armas de Bento XVI, ser interpretado numa leitura mais livre como estando a carregar o peso da Igreja (S. André era irmão de Pedro, segundo o Novo Testamento).
Libertação, infinidade de Deus, jornada de devoção e purificação, fardo do sucessor de Pedro.
Brasão de Bento XVI
Neste brazão destacam-se três elementos: a cabeça coroada de um negro, uma concha e um urso que carrega um fardo atado, formando o cordame uma cruz de St. André.
Um mouro figura nas bandeiras da Córsega e da Sardenha, simbolizando em ambas a victória daqueles povos sobre os sarracenos (século XIII).
A concha tem um triplo significado para os cristãos: a lenda de S. Agostinho relativa ao menino que pretendia encher com ela todo o mar numa cova feita na areia (inútil tentativa de fazer entrar a infinidade de Deus na limitada mente humana), é o símbolo do peregrino e é o utensílio utilizado no baptismo cristão.
O urso - que consta das armas da cidade de Freising cujo patrono é S. Corbínio (séc. VIII) o qual tem uma história que explica a figura do urso - identifica o arcebispo de Freising-Munich, Joseph Aloisius Ratzinger, tal como o leão de Veneza identifica o papa João-Paulo I que daquela cidade foi arcebispo.
O urso foi utilizado pela Igreja como símbolo da victória do cristianismo sobre o paganismo podendo também, nas armas de Bento XVI, ser interpretado numa leitura mais livre como estando a carregar o peso da Igreja (S. André era irmão de Pedro, segundo o Novo Testamento).
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