Há quem entenda que somos
herdeiros de um único legado, o legado judaico-cristão que marcou, ele e só ele,
a nossa pátria, o nosso território, a nossa língua. No entanto, é possível
conhecer com razoável certeza (que não afasta a dúvida) a natureza, a origem, o
destino das coisas estudando e afastando dogmas e preconceitos.
Por vezes, o
fanatismo é tanto que justificaria um abaixo-assinado que poderia englobar os
seguintes quatro pontos:
1) Informação à Academia das Ciências de Lisboa que frases há que hoje
apenas são figuras de estilo mas que, infelizmente, estão ligadas a uma herança
que repudiamos, não por fundamentalismo judaico-cristão, mas porque a sua
falsidade se revela pelo conhecimento histórico que temos da nossa pátria nos
últimos 1300 anos (o que é suficiente, para não dizer muitíssimo).
Que se eliminem,
desde já e, sobretudo, no ensino primário, entre outras, estas vergonhosas e
totalmente inaceitáveis frases profanas:
Oxalá; Dar-se como
Deus com os anjos; Deus queira; Deus é testemunha; Graças a Deus; Só Deus sabe;
Se Deus quiser
(*); Também ser filho de Deus;
Haja Deus; Deus é grande; Nem à mão de Deus; Deus nos livre; Deus lhes perdoe;
Deus o abençoe; Deus o acompanhe; Deus o oiça; Deus lhe pague; Homem de Deus;
Louvado seja Deus; Meu Deus; Deus do céu; Por amor de Deus; Que Deus tenha;
Sabe Deus; Santo Deus; Deus nos acuda; Valha-nos Deus; Ao deus-dará; A mão de
Deus; Os desígnios de Deus; Estar-se bem com Deus; Deus o castigue; Deus lhe dê
saúde.
(*) Versículos 23 e 24, capítulo 18 do
Alcorão “E nunca digas de coisa alguma, sim, fá-la-ei amanhã, sem acrescentar:
se Deus quiser”.
Se quase toda a
Europa, de que fazemos orgulhosamente parte, passa bem sem elas porque não nós? Seremos pouco inteligentes para poder e saber usar
apenas umas poucas, mas pertinentes vezes a palavra “God”, como o faz esse farol
da humanidade que são os E.U.A?
2) Que se comunique a uma Máxima Entidade Territorial - que não se
designa explicitamente dada a actual mas
confusa interpenetrabilidade de competências legislativas - (se, oficialmente
há “inconseguimento” e “endoprocedimento” porque não utilizar neste intelectual
contexto “interpenetrabilidade”?) que a vila de Nazaré se deve passar a denominar Belém.
Não há desculpa para
ignorar a verdade histórica e insistir no erro. Para evitar qualquer confusão
ou duplicação toponímica, poder-se-á, designar aquela vila por “Belém-de-Cima”,
ficando a ser conhecido por “Belém-de-Baixo” a freguesia de Lisboa com aquele
mesmo nome.
3) Que a Assembleia da República nomeie uma comissão para analisar os
topónimos do território nacional, eliminando todos e quaisquer que tenham raiz
árabe ou que resultem da associação do árabe e do latim ou que sejam de
etimologia árabe. De facto, haverá alguma herança árabe em Portugal? Claro que
não! Só fanáticos cegos à verdade podem crer e, mais grave, divulgar uma tal
falsidade. A única e grande herança que o nosso bom povo tem, como de todos é
sabido, é a judaico-cristã, Ela e só Ela.
Conscientes
das graves dificuldades económicas, financeiras, sociais e políticas que a pátria
atravessa e reconhecendo o trabalho ciclópico e desinteressado dos mui dignos
deputados da Nação propõe-se que sejam constituídas comissões, uma por cada concelho,
que se encarreguem de analisar topónimos blasfemos porque atentatórios á
herança judaico-cristã e desvendar o que seriam antes da profanação.
a) Topónimos de origem árabe (aqueles que possuem
raiz árabe e que permaneceram com pequenas alterações desse radical):
Albarraque (Albarrak = "o brilhante" ou, para outros autores
al-barraque, plural de al-barca = "solo duro");
Alcainça (al-kaniça = "a igreja");
Alcoruim ou Alcorvim (al-cairuáne = "o caimão");
Alfaquiques (alfaqueques, cargo muçulmano que designava o indivíduo que
resgatava prisioneiros);
Alfouvar (al-fauwara = "o bolhão");
Algueirão (al-guerame = "a gruta");
Almargem (al-marge = "o prado");
Arrabalde (arabáde = "os subúrbios");
Assafora (assahra = "Campina")
Azenha (aççania, isto é, "a nora");
Azoia (az-zavia = "o mosteiro");
Cacém (cacéme = "o que divide");
Moçaravia (muçtarabe = "aquele que se tornou árabe");
Queluz ( qá-luz = "vale da amendoeira");
Mucifal ( maçfal = "o lugar que está em baixo");
Massamá (maçama = "o que está alto");
Meleças (meliça = "o vazio");
Almoçageme (al-mesjide = "a mesquita").
b) Topónimos híbridos (resultantes da associação
de dois topónimos, um árabe e um latino):
Alcolombal (da junção do
artigo árabe "al" com a palavra latina "columbare", que
significa pombal),
Alcobela (do árabe "al- quibba" mais o sufixo
"ela"),
Almoster (o artigo "al" mais o termo latino "
monasterium", que significa mosteiro).
c) Topónimos arábicos modernos (de raiz desconhecida, mas
facilmente identificáveis com a etimologia árabe):
Abonemar,
Aljabafaria, Almornos, Almosquer, Alparrel, Alpoletim, Alvegas, Asfamil,
Bogalho, Calaferrim, (o mesmo que Canaferrim,
que daria mais tarde Penaferrim - S. Pedro de Penaferrim), Galamares,
Mafarros (ou Nafarros), Magoito, Meleças, etc.
Para esclarecimento dos ilustres deputados e para que não fiquem com a
ilusão de que esta vergonha só se passa no concelho de Sintra, podem apontar-se
outros exemplos no território nacional:
Almada do árabe Al-Ma'din,
significa a mina, relacionado
com a riqueza aurífera das minas da Adiça. Alcochete deriva da expressão árabe que significa o forno, aludindo à riqueza energética
derivada da combustão das madeiras abundantes nos pinhais da margem sul do
Tejo. Azeitão deriva
da expressão árabe que significa azeitona,
remetendo para uma intensa actividade agrícola existente na encosta norte da
serra da Arrábida. Arrábida
deriva da expressão árabe que significa lugar
de oração Alcácer
deriva da expressão árabe Al-Kasr que significa castelo ou palácio. Cacém
(Santiago do) terá origem no nome do governador muçulmano Kassen que terá comandado esta praça.
Esta vergonha também ocorre a norte de Lisboa,
chegando mesmo até a Trás-os-Montes (por exemplo, a vila de Alfarella de Jales)
e ao Minho (por exemplo, a aldeia de Alfella).
4) Que se elabore uma petição pública para que o hebraico e o aramaico sejam
consideradas segundas línguas (ex-aequo) no ensino básico e que, em opção, o
inglês passe a ser terceira língua. Só através da língua se poderá assegurar
que as gerações vindouras reconheçam, sem sombra de dúvida, como única herança
(à exclusão de qualquer outra) a judaico-cristã. Mais nenhuma outra que o
maligno não desistirá de lhes oferecer como a verdadeira.
Foi, não o esqueçamos, com o aceno da sabedoria,
que Adão trincou a maçã e, suspeito, não só.
Estive a brincar…