sexta-feira, 28 de junho de 2019

O automóvel mata a cidade.



O homem está a matar o planeta Terra.

São os plásticos, a desflorestação, a caça e a pesca de espécies animais em vias de extinção, a exploração não controlada das matérias prima, a poluição.
Tudo com o real alheamento das autoridades nacionais e mundiais. Que sim, que vão implementar medidas legais adequadas, garantem eles em conferências internacionais mas tudo fica na mesma.
O nível de CO2 na atmosfera aumenta com uma velocidade reconhecidamente catastrófica, o degelo já visível e comprovado das calotes nos dois polos da Terra atinge proporções alarmantes, a desertificação de largos territórios avança com o encolher de ombros de responsáveis, os violentos fenómenos atmosféricos ocorrem com inabitual frequência semeando morte e destruição posteriormente por eles lamentados.
Tudo, com a indiferença e complacência dos líderes mandantes. Porquê? Porque há interesses mais altos. Os do dinheiro, como é o caso dos estados ocidentais, e os do poder, como se passa com a China cujo objectivo é restabelecer um domínio à escala planetária económico e militar. Lá chegará no curto/médio prazo.
O predomínio da Europa já lá foi e o dos EUA para lá caminha.
E nas cidades europeias, o que acontece? A poluição que não é de hoje (recorde-se o “smog” britânico – smoke+fog – resultado do domínio da exploração do carvão associado a muito específicas condições climáticas) é hoje agravada pela tecnologia associada à energia de origem fóssil e à invasão incontrolável dos veículos automóveis.
O aumento da circulação automóvel é enorme e as suas consequências no ambiente é tal que promoveu tecnologias, nomeadamente no tipo de energia utilizado, no passado demasiado cara para ser estudada e implementada e hoje já não: em vez do petróleo a electricidade. Eis a solução defendida pelos mandantes, desde os autarcas aos governos.
Os carros movidos a electricidade tiveram nos últimos tempos um desenvolvimento espectacular e são hoje, pelo seu ainda elevado preço, um símbolo de importância social. Em torno dele desenvolvem-se problemas muito particulares mas ainda não resolvidos: autonomia, rede de abastecimento. Imagine-se o que seria para o comum dos automobilistas estar limitado a uma viagem, da ordem de 300 km e, no final, não ter ou ser difícil atestar o depósito do seu carro.
É a solução? Não.
A solução reside em bons transportes públicos e na minimização da utilização do automóvel que, no curto prazo, não perderá o seu carimbo no estatuto social.
Interesses há muitos e muito poderosos: a utilização do “meu automóvel” continuará mesmo que ela esteja a matar a cidade e está.

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