Um puro acto de terrorismo foi o que aconteceu na academia de Alcochete.
38 vândalos (número
recentemente actualisado não se sabe ainda como) invadiram uma propriedade
privada que estranhamente se encontrava aberta (só se pode entrar com
autorização e acompanhado por agente desportivo). Toda a segurança se
encontrava “desactivada”.
De facto, embora o pessoal da empresa privada de segurança tenha sido
avisado da “visita” apenas um elemento estava na portaria, o que revela uma
estranha passividade próxima da conivência. Por outro lado, as câmaras de
videovigilância instaladas em Alcochete são monitorizadas a partir do estádio
José Alvalade em Lisboa mas o sistema sofreu uma falha precisamente no momento
da invasão.
Os selvagens conheciam bem o sítio. Localizaram sem hesitações o balneário (junto ao campo principal integrado
num conjunto de cinco relvados), arrombaram o que deveria ser arrombado e
agrediram com cintos, ao pontapé, ao murro e à bofetada, elementos da equipa
técnica e os jogadores que tiveram o azar de com eles se cruzar (embora
clamassem o nome dos seus alvos preferenciais).
23 desses vândalos foram presos pela GNR e levados para o tribunal do
Barreiro. Lá, o atento telespectador ficou estupefacto com algumas declarações
dos advogados, porque “são miúdos a quem ainda ontem os pais tinham que atar os
sapatos” e porque se estava a culpar inocentes que nada fizeram e que apenas lá
poderiam ter estado não tendo, no entanto, nada feito.
Mais: no final do segundo dia dos interrogatórios, definidas as medidas de
coacção e na altura do transporte dos selvagens para prisões, “amigos e
familiares” não deixaram de manifestar ruidosamente a sua revolta pela decisão
da justiça. É caso para dizer que quem sai aos seus não degenera.
Em boa verdade, hoje sabe-se muito pouco do “como” esta selvajaria foi
possível. Quem foi o mandante? Quem autorizou a recolha por automóvel de 3 ou 4
bestas restantes? Quem mandou que o chefe da juventude leonina saísse da
academia de carro especialmente enviado para o efeito? Quem “desactivou” o
sistema informático de vídeo vigilância em Alvalade na precisa altura do
assalto? Porque é que a equipa de segurança em Alcochete, avisada da “visita”,
não reforçou a portaria e não solicitou oportunamente o apoio da GNR?
Parece claro que há cúmplices no clube. É importante esclarecer essas
cumplicidades mas até à data ainda se anda no nevoeiro.
Ontem, Bruno de Carvalho, o responsável moral por aquele desastre, pelas
derrotas da equipa de futebol, pela perda da taça de Portugal, por um terceiro
lugar no campeonato, pelo irremediável desastre que assola o Sporting, deu uma
conferência de imprensa no final de uma reunião dos órgãos sociais do clube.
BdC
Depois de mirabolantes afirmações para negar o apego ao cargo, colocou os
seus galões militares na mesa: nascido em 1972 foi colocado na “reserva
territorial” (sic) e lá (!) aprendeu que um militar nunca abandona os seus
companheiros em cenário de guerra (coisa que ele não sabe o que é) e que nunca se
passa para o lado do inimigo como fez, no seu entendimento, um militar sócio do
Sporting.
Acontece que esse sócio, que ele não nomeou, é o demissionário director clínico do clube o qual, como capitão do exército, esteve em missão militar no Afeganistão; foi condecorado. Ou seja, esteve na tropa, não foi colocado em “reserva territorial”. Sabe muito bem o que é ser militar e fez o seu juramento de bandeira. Não tem que receber quaisquer lições de comportamento militar, sobretudo de quem nunca o foi.
Acontece que esse sócio, que ele não nomeou, é o demissionário director clínico do clube o qual, como capitão do exército, esteve em missão militar no Afeganistão; foi condecorado. Ou seja, esteve na tropa, não foi colocado em “reserva territorial”. Sabe muito bem o que é ser militar e fez o seu juramento de bandeira. Não tem que receber quaisquer lições de comportamento militar, sobretudo de quem nunca o foi.
Pela sua acção recente, o actual presidente do Sporting revela continuar a
ser um perfeito membro de claque. Ex-membro da claque Juventude Leonina
(1985-1990) e, ainda actualmente de acordo com os seus dados curriculares,
membro da claque Torcida Verde. Esta situação não é recomendável mas explica o
seu desejo de ser um “presidente-adepto” como sublinhou em recente entrevista.
Os assaltantes da academia são confessadamente membros de claque. BdC não
ficou incomodado com esse facto que apenas achou “chato”.
Mas atenção, estando manifestamente agarrado ao tacho não é parvo. É
inteligente, sabe muito bem o que quer e como lá chegar e a sua passada e
eficaz acção como dirigente está aí para o provar.
Aqui residem os perigos para o Sporting: ter como dirigente um animal
raivoso, louco e inteligente e que foi e é membro de claque.
Uma vergonha que poderá conduzir o Sporting à pequenez.