sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Inconseguimento, parte 2. Assunção e Sarah



Enviaram-me esta pérola, alegadamente divulgada pelo semanário "Expresso", com o seguinte comentário:
Prémio inconseguimento frustracional da semana. 
E a frase, indiscutivelmente merecedora do prémio, é: 
"Pedia aos Senhores Deputados que não subjectivassem os qualitativos para a liberdade poder fluir nesta sala". 
Foi proferida pela Presidente da Assembleia da República, a segunda figura do Estado Português, a qual, aliás, está em cultura ao nível da primeira figura do Estado Português, o Sr. Silva, como o apelidou o ex-Presidente do Governo Regional da Madeira (que será no futuro, estou certo disso, objecto de saudade pelos portugueses em geral e pelos madeirenses em particular).
Ela é a “chtródinária” (da direita portuguesa) Assunção Esteves que está em constante despique com outra “chtródinária” (da direita americana) a Sarah Palin.
Ambas são notáveis pelas imbecilidades que produzem (“inconseguimentos frustracionais” e “americanadas” próximas do Tea Party).
Uma foi eleita para a presidência do parlamento português e a outra foi
candidata pelo partido republicano à vice-presidência dos EUA nas eleições de 2008.
Uma é falsa loira que nunca poderia ser candidata a qualquer concurso de beleza e a outra, bem engraçada, é morena, foi Miss Wasilla e candidata à nomeação de Miss Alaska. 
Curiosas semelhanças e diferenças. Mas as “iludências aparudem” e quando qualquer uma abra a boca é o que se sabe.
Estão bem uma para a outra.

                          

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A côca de Portalegre



Com referência ao meu "blog" do passado dia 19 de Agosto intitulado “A burka em Portugal”, complemento a informação então divulgada com esta fotografia de uma côca de Portalegre (Alto Alentejo).
O traje, usado até aos anos trinta do passado século, foi de casamento e mais tarde usado pelas viúvas.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Os símbolos @ e &



                                                                                
De autor desconhecido cuja redacção reduzi e corrigi e que divulgo por achar muito interessante
 
"Durante a Idade Média os livros eram escritos pelos copistas, à mão.
Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido. O motivo era de ordem económica: tinta e papel eram valiosíssimos. 
Assim, surgiu o til (~), para substituir o “m” ou o “n” que nasalava a vogal anterior. 
(O nome espanhol Francisco, também escrito Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco, o que explica, em Espanhol, o diminutivo Paco). 
Ao citarem os santos, os copistas identificavam-nos por algum detalhe significativo das suas vidas. O nome de S.José, por exemplo, aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP, e depois simplesmente PP. 
(A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José, em Espanhol, tem o diminutivo Pepe). 
Já para substituir a palavra latina “et” (e), criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente conhecido como “e comercial” em Português e “ampersand” em Inglês, junção de “and” ("e", em Inglês), “per se” (por si, em latim) e “and”.
E foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina “ad”, que tinha, entre outros, o sentido de “casa de”.
Veio a imprensa - mas os símbolos @ e & continuaram nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o registro contabilístico 10@£3 significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma.
Nessa época, o símbolo @ significava, em inglês, “at” ("a" ou "em"). 
Como os espanhóis desconheciam o significado que os ingleses davam ao símbolo @ (“a” ou “em”), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso. Para isso contribuíram duas coincidências:   
1 - a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, o que lembra a forma do símbolo;
2 - os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Assim, os espanhóis interpretavam o registro de 10@£3 como: dez arrobas ao custo de 3 libras cada uma. Por isso o símbolo @ passou a ser por eles utilizado para designar a arroba.
O termo arroba vem da palavra árabe ar-ruba, que significa a quarta parte: uma arroba (15 kg ,em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo português quintal (medida de peso que equivale a 58,75 kg).
As máquinas de escrever tinham no seu teclado o símbolo @, mantido no seu sucessor: o computador. Em 1972, ao criar-se o programa de correio eletrónico (o e-mail), utilizou-se o símbolo @ ("at"), disponível no teclado, entre o nome do utilizador e o nome do fornecedor de correio electrónico. E foi assim que “Fulano @ Fornecedor X” passou a significar Fulano no Fornecedor X.
Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa parecida com sua forma: em italiano, chiocciola (caracol); em sueco, snabel (tromba de elefante); em holandês, apestaart (rabo de macaco), em alemão strudel (doce de forma circular); pretzel noutros idiomas europeus (também o nome de um bolo), mas em português manteve sua denominação original: arroba.”

                                          

sábado, 10 de janeiro de 2015

Je suis CHARLIE



Posições de esquerda e de direita? 
O Hesbollah e a entidade máxima no Irão condenaram o crime, assim como todos os Imans das comunidades muçulmanas europeias.
Depois da recusa em aceitar a presença do "Front National" (partido de extrema direita) na manifestação colectiva de repúdio e de algumas declarações de algumas personalidades da esquerda de cá sobre os motivos da barbárie ocorrida em Paris com o assassinato de caricaturistas, jornalistas e agentes da polícia, não sei se aquela interrogação é irrelevante porque poucos foram os daquela área que exprimiram um forte e claro repúdio pelo assassinato de civis e de agentes da ordem. Apenas repudiaram, e bem, o atentado à liberdade de imprensa que consideram agora, nesta específica e trágica circunstância, um valor essencial da democracia e da civilização europeias.
Aqueles bem pensantes não ouviram, provavelmente, as comovidas e revoltadas acusações de Jeanette Bougrabe (militante do partido de direita UMP e Secretária de Estado de François Fillon, Primeiro Ministro de 2007 a 2012 do governo nomeado por Sarkosy) mulher de Charb (militante comunista) director do “Charlie Hebdo”.  Tinham discutido a perigosa situação em que Charb vivia e ela queria sair de França por não acreditar na segurança que lhes tinha sido garantida.
No fim da entrevista televisiva exclamou “isto poderia ter sido evitado, isto poderia ter sido evitado!”
Claro que poderia ter sido evitado: um guarda-costas junto ao director do semanário, assistente às reuniões da redacção, apenas com um colega polícia presente num dos andares do prédio (que não o da redacção) é protecção suficiente? Veja-se, hoje, a protecção conferida às instalações do “Libération”: guardas armados à porta do edifício, com armas de assalto e não com pistolas como a que tinha o desgraçado polícia friamente assassinado, depois de ferido, por aqueles canalhas.
Acho, também, que infelizmente nada podia ser feito para prender vivos aqueles animais porque é certo que nada acabou e que é essencial conhecer o que vem a seguir, porque virá.
Hoje assiste-se a um rosário de justificações acompanhado, claro está, por declarações politicamente correctas da alguma “intectualidade” portuguesa.
Que não aprovam (era o que faltava!) mas que é preciso não esquecer os limites da crítica (na qual a blasfémia religiosa é uma linha vermelha), que a França é um país xenófobo, que discrimina os muçulmanos, que é necessário rever e corrigir os problemas sociais decorrentes da imigração, que a pobreza e a intolerância são realidades a não esquecer, etc.
Pois.
Disse Marie le Pen, líder do “Front National” que é necessário que a França denuncie o tratado de Schengen de modo a assegurar o controlo das fronteiras, que a Lei deve ser revista de modo a cancelar a nacionalidade francesa aos que a tenham comprovadamente efectuado viagens para “estagiar” com o “Exército Islâmico”, onde aprendem, na prática, como matar, crucificar, decapitar, aterrorizar todos os que não sejam puros muçulmanos (xiitas incluídos) e que, depois da “aprendizagem”, regressam ao território da sua “nacionalidade” para executar as ordens dos seus chefes do Exército Islâmico ou da Al-Quaeda no Ièmen, por exemplo, como declarou Chérif Kouachi a uma televisão francesa em pleno acto de guerra, porque trata-se de uma guerra.
Neste concreto domínio compreendo as propostas do “Front National” (cujos ideais estou longe de partilhar) e considero não haver quaisquer justificações para o acto selvagem e bárbaro praticado no passado dia 7 de Janeiro.
Como é que tal é possível para a bestialidade deste crime de sangue?

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A banca e a Justiça em Portugal



Após o escândalo provocado pela falência do GES/BES, que marcou o ano de 2014, é bom não esquecer - para se ter uma clara ideia do estado da justiça portuguesa, da saúde do sistema financeiro português e da competência/eficácia das entidades de supervisão do sistema bancário - os vergonhosos casos do BPN e do BPP cujas falências datam de 2008, já há, portanto, seis anos.
No passado dia 3 de Janeiro, a Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM) multou ex-gestores do BPP em mais de 2,6 milhões de euros, multa esta que mereceu um imediato encolher de ombros da parte daqueles porque, dizem, o caso está prescrito.
Em 2009 aqueles gestores, com João Rendeiro à cabeça, foram suspensos pelo Banco de Portugal (BP) e constituídos arguidos por falsificação de contas, crimes fiscais e branquamento de capitais. Em 2010 o BP revogou a licença bancária e o BPP entrou em processo de liquidação.
Outro acontecimento relevante foi a falência fraudulenta do BPN, a qual poderá custar ao contribuinte português cerca de 7 mil milhões de euros (um décimo do que em 2011 constitui a ajuda financeira da “Troika” e mais 50% do anunciado prejuízo do BES que levou à sua resolução).
Nesta fraude é arguido em processo judicial o Sr. Oliveira e Costa, mas não só. O Sr. Dias Loureiro (embora não arguido) é uma personagem dessa fraude. Ontem, Conselheiro de Estado (!) por ser homem de confiança de Cavaco e um influente barão da classe política portuguesa, hoje uma vergonha à escala chinesa.
Para que fique mais claro o escândalo (acho que o eleitor contribuinte e eleitor dele não se apercebe), o BPN -  banco do denominado “bloco central” – tinha como principal objectivo conceder milhões de euros a amigos, familiares, clientela política e, também, aos próprios… Só Duarte Lima é suspeito, segundo se diz, de ter desviado 49 milhões de euros. 
Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima são personagens do “cavaquismo”. O Sr. Aníbal Silva, ele próprio, reconhece que Costa, seu ex-Secretário de Estado, lhe facultou a possibilidade de subscrever acções da SLN (“holding” do BPN) as quais posteriormente vendeu com uma mais valia de 140% (muito pouco para quem aufere, juntamente com a D. Maria e segundo o próprio, de reformas insuficientes para cobrir os gastos).
Os milhões de euros “desaparecidos” no BPN são irrecuperáveis pelo contribuinte, mas não por todos. Há quem, como administrador da SLN, tenha transferido muito dinheiro para familiares e sociedades “offshore”… Tal como, diz-se, Armando Vara (muito próximo de José Sócrates Pinto de Sousa).
Estas criaturas são o exemplo escarrado da maioria dos políticos portugueses que só na política têm um caminho seguro para um rápido e sem esforço enriquecimento.
De sublinhar (como é recorrentemente referido nos media) que o sistema judicial é impotente para julgar e castigar rapidamente estes indivíduos que continuam a usufruir, com total impunidade, de riqueza ilicitamente adquirida.
O ex-Procurador Geral da República, o Sr. Pinto Monteiro, e o ex-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento (próximos do ex-primeiro ministro Pinto de Sousa) contribuíram para o vergonhoso estado da Justiça em Portugal. Que o diga a ex-Procuradora Geral Adjunta Cândida de Almeida (cuja actuação nas funções que exerceu tem muito que se lhe diga) numa entrevista que concedeu em Agosto de 2013 e na qual são referidos os casos “Freeport” e “BPN”.
Nos EUA bastaram três meses (Dezembro de 2008 a Março de 2009) para que o responsável por uma fraude de mais de 65 mil milhões de dollares, o senhor Madoff (dear “Bernie”), dono de uma das mais importantes sociedades de investimentos fosse condenado à pena máxima de 150 anos de prisão.
Dias Loureiro teve em 2012 um Natal com uma árvore brilhantíssima: no Rio de Janeiro, no “Copacana Place Hotel” (onde um quarto “single” custa 600 euros/dormida) na companhia do inefável Miguel Relvas o qual, depois de um pudico e recatado “retiro”, regressou, no início de 2014, à Direcção do PSD como número um do Conselho Nacional.  Ainda está por esclarecer a fraude da sua “licenciatura” que lhe permite ostentar o título de “sr. doutor”. Rídiculo e patético.
Valerá a pena acrescentar o caso do BCP que em 2008 sofreu um processo de contraordenação por falsas informações ao mercado, tendo a CMVM aplicado ao banco uma coima de 5 milhões de euros (a maior até hoje)? Acho que não. Só em 2014 os tribunais decretaram as penas aplicadas aos seus gestores...  Chega! 
Enfim, é uma lista na qual se destacam pelas piores razões os nomes de Jardim Gonçalves, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima, João Rendeiro, Ricardo Salgado, Sócrates Pinto de Sousa, Miguel Relvas.
Não há vergonha neste país.