terça-feira, 30 de abril de 2013

"merde!"



                           
Dizem que, em Waterloo, Pierre Cambronne comandante da “Velha Guarda” intimado pelos ingleses a render-se teria respondido: “A Guarda morre mas não se rende”. Depois, novamente instado, respondeu simplesmene “merde!”. 
Respeitado e admirado pelo seu inimigo foi preso. Gravemente ferido teria negado a sua primeira resposta: “Não é possível eu ter dito isso. Não estou morto e não me rendi”.
Por cá e nos tempos que correm é quase tudo “une merde”.
Os políticos? "Une merde".Os senhores deputados? "Une merde". O governo (do PS, do PSD, daqueles mais CDS)? “Une merde”. Os autarcas (Isaltinos, Fátimas, Valentins, “Limianos”, etc)? “Une merde”. As administrações das empresas públicas? “Une merde”. A oposição? “Une merde”. Os processos judiciais que correm há uma dezena de anos (submarinos, facturas falsas, Freeport, Casa Pia e tantos outros) ? “Une merde”. O meu Sporting? “Une merde” (fizeram dele isso). Claro que há honrosas excepções.
Nós, cidadãos ignorantemente democráticos e medrosos dos papões (trazidos nos inícios do século passado pelos ventos do leste) estamos, de facto, mortos e fazemos de conta que nunca nos renderemos quando já estamos derrotados. Continuaremos a votar, ignorando a força avassaladora da grande abstenção, sempre na estulta esperança de que os que virão serão mais competentes, mais honestos, do que os que foram. Continuaremos a clamar “fascismo nunca mais”, não sabendo sequer o que “fascismo” é. Continuaremos a vitoriar uma revolução corporativa (porque o foi com ou sem cravo) confundindo-a com a conquista de uma liberdade que não necessitava dela para existir, como em Espanha se demonstrou.
Estamos cegos e surdos à “merde” que nos rodeia mas muito sensíveis, pela sistemática e programada lavagem ao cérebro levada a cabo pelas forças politicas hoje dominantes (nomeadamente em vésperas de eleições), ao que é considerado politicamente correcto (o que este texto não é).
E amanhã? Serão aquelas as detentoras do poder? Talvez não. Mas tudo continuará infelizmente na mesma com um novo mas novamente podre regime também baseado no proveito próprio de novas “élites”, de novos agentes e com a continuada e total ausência do espírito de servir. Votar na “merde” ? Olhem que não olhem que não, diria a sensatez, mas voltará a vir - pelo “voto democrático” ou pela “revolução”, pouco importa porque tudo diletantemente e prepotentemente decidido em nome do povo - um novo regime, provavelmente uma nova "merde".
Então qual é a solução? A criação de um “homem novo”  (como Niezsche dizia) porque os que hoje existem não prestam.
Levará uma geração ou mais e depois se verá.

                                         

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Era uma vez na América.



Barack Obama, ameaçou que tanto ele como a mulher, Michelle, fariam tatuagens iguais às das duas filhas adolescentes, caso elas quisessem fazer uma.
“O que dissemos às miúdas foi se vocês alguma vez decidirem fazer uma tatuagem, então a mãe e eu faremos uma exactamente igual e no mesmo sítio. E depois vamos mostrá-las no YouTube como uma tatuagem familiar’”, disse Obama.
                                    

Eu diria que o “sítio”  é muito importante, sobretudo tratando-se do Presidente dos EUA e da
Primeira Dama, que afirmar  “exactamente igual” é arriscado e que ameaçar com o “YouTube” tem uma certa piada do ponto de vista pedagógico.
Isto não é nada quando comparado com a proposta da inefável Sara Paylin (retrato da “elite” dirigente norte americana) de propor a invasão pelos USA da República Checa (lembrei-me do Bush filho). 
A imbecil (é o adjectivo mais suave que encontrei) pensou que a Tchetchénia (país de origem dos terroristas da criminosa acção na maratona de Boston) era a República Checa (julgo que os os “tch” são os culpados desta proposta). 
Disse a rapariga e passo a transcrever,
                                    

"We don't know everything about these suspects yet," Palin told Fox and Friends this
morning, referring to Tamerlan and Dzhokhar Tsarnaev, who allegedly carried out the Boston
Marathon attacks. "But we know they were Muslims from the Czech Republic. 
"I betcha I speak for a lot of Americans when I say I want to go over there right now and start
teaching those folks a lesson. And let's not stop at the Czech Republic, let's go after all the
other Arab countries too. 
"The Arabians need to learn that they can't keep comin' over here and blowing stuff up. Let's
set off a couple of nukes in Islamabad, burn down Prague, then bomb the heck out of Tehran.
We need to show them that we mean business."
Que caldeirada, paquistaneses e iranianos, Praga, Islamabade e Teerão. Tudo árabe...
A Sara? Muito boa mulher.                          

              

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Pensamento do dia

Alguns, não poucos, agentes do estado português (autarcas, responsáveis pela gestão de empresas públicas, governantes mais ou menos importantes, etc.) sendo católicos praticantes nunca assinam nada sem terem um terço na mão.
Mas, depois da conclusão (?) do "Processo Casa Pia" (no qual a enorme maioria dos praticantes da modalidade não foram referidos ou incomodados), da "retirada" do palerma Relvas e da prisão (finalmente!) hoje anunciada do Isaltino, parece que as coisas estão lentamente a melhorar (excepto a ressureição do Pinóqio). 
A questão dos submarinos -  que voltou à baila com a recente decisão do governo sobre os estaleiros de Viana do Castelo (parece que há compensações que lhes são devidas e que nunca lá chegaram) - é que continua por esclarecer. Que houve cacau e luvas, houve e não há nada que me convença do contrário. "Mistérios" da política.
Ai que falta que nos fazem os submarinos, a nós povo de marinheiros! Debaixo da água (ou da mesa) é que as coisas se fazem. Qual defesa das nossas águas territoriais, qual combate ao tráfego de droga, qual socorro à nossa tão pobre e vulnerável frota pesqueira. Qual quê. Submarinos e F16 (ainda existem?) é que sim. Ora perguntem às chefias militares. São es-sen-ci-ais para a protecção do nosso canteiro à beira-mar plantado. E quem afirmar o contrário é um ignorante em ciência militar e, pior, não é patriota.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O bridge e as bananeiras

                   Recordações da guerra - Moçambique (1970-1972), Mueda

 “ ...Assim, foi perturbada a simplicidade destas necessidades orgânicas, assim foram        deturpadas todas as funções simples...“  F. Pessoa

Lembro-me daquilo.
Daquelas casernas alinhadas no extremo da enorme praça do Destacamento de Engenharia. Praça alagada e enlameada na época das chuvas.Tropa comandada na altura só por alferes, aguardando a nomeação de um capitão. Era o mais antigo e desse estatuto não me livrava, mas o comando era colegial e muito democrático. Lembro-me da minha obsessão pela disciplina, pela alimentação e pela limpeza.Tínhamos construído casernas, casas de banho e um amplo espaço para as cozinhas. Já não havia poças com água estagnada e uns bidons, por mim mandados caiar com faixas brancas e distribuídos pela parada, asseguravam depósitos para o lixo.
Duas fiadas de recém-plantadas bananeiras decoravam um pífio canteiro em frente da nossa e muito modesta "messe". Era uma mancha verde no meio daquele castanho.
Mas a tropa não ligava. Eram constantes as guerras para que não se cozinhasse nas casernas, para que se utilizasse as casas de banho, para que não se deitasse lixo para a parada...Em vão.
Um dia perdi a paciência, “ saltou-me a tampa “ com a visão, no luscofusco do princípio da noite, de um soldado a aliviar-se nas bananeiras, nas bananeiras que eu tinha mandado plantar! 
Mandei chamar o primeiro sargento e disse-lhe “ avise a malta que o primeiro que fôr apanhado a mijar fora das casas de banho f...-o, leva uma porrada que nunca mais se esquece. Leva a porrada e, depois, vai de coluna para Nangade. Não vai pelo ar, vai na coluna...e com bilhete de ida-e-volta ”. Era horrivel, era uma temivel perspectiva. Não a porrada, mais reforço menos reforço a malta estava-se nas tintas, mas ir na coluna era, de facto, muito muito mau. 
“Olhe, e para que não haja dúvidas, para que tudo fique claro, você informa a companhia amanhã de manhã na formatura “. “ Sim, meu alferes “. E assim foi.
No dia seguinte, na parada e antes da ordem de dispersar, houve discurso. Que fossem todos
asseados e que urinassem nos sítios apropriados e que “o primeiro que seja apanhado a
mijar nas bananeiras do nosso alferes, leva uma porrada e vai a seguir  despachado na
próxima coluna para Nangade, com bilhete de ida-e-volta“.
Terminou, olhou para mim e eu assenti.
Mandou “ firme, sentido “ e pediu-me licença para a ordem de dispersar. Achei que o recado
tinha sido dado e bem compreendido.
A noite em Mueda estava calma. Na engenharia jogava-se bridge. Nós, os regressados do mato, com os nossos amigos do hospital militar, da aviação, dos paraquedistas e de outras armas que nos davam protecção e connosco partilhavam as agruras do mato e, em muito maior grau, os seus perigos. Por vezes apareciam altos comandos.  
Um pau. Passo. Uma copa. Passo. Três copas. Passo. Quatro copas. “Partida. Não pode perder isto“. Levantou-se e foi lá para fora desentorpecer as pernas. O meu parceiro era o brigadeiro comandante das operações no sector. Oficial oriundo da arma de engenharia tinha por nós especial carinho. Educadíssimo fazia os possíveis para amaciar a diferença de patentes em benefício das afinidades profissionais. Para mim, no entanto, não deixava de ser o que era e tê-lo como parceiro obrigava-me a uma redobrada atenção e a não ser diletante nas vozes e no cartear.
Estava tudo a correr bem e até era possivel cumprir cinco copas, quando, de repente, ouviu-se lá fora a voz alterada do primeiro sargento: “Ah meu grande porcalhão que te apanhei a mijar nas bananeiras do nosso alferes...então não ouviste o que eu disse na formatura ? ... vais levar uma porrada...vira-te para que eu te veja a cara meu porcalhão...”. Seguiu-se um silêncio mortal.
Olhámos uns para os outros e o mesmo pensamento atravessou-nos: o gajo para não ser identificado deu-lhe uma paulada e está a pirar-se! Largámos as cartas, saltámos das cadeiras e corremos todos para a porta.
O nosso primeiro estava em sentido e balbuciava: “Ó meu brigadeiro desculpe...desculpe-me, é noite e sem luz não reconheci...Ó meu brigadeiro desculpe eram as ordens do nosso
alferes...”.
De noite todos os gatos são pardos, sobretudo quando de camuflado.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Encontros imediatos do 3º grau

Em complemento do meu blog do passado dia 9 de Abril (“Descaramento e falta de vergonha”), não resisto em divulgar extractos de um artigo de José António Saraiva publicado no semanário “Sol” sobre a entrevista de 3 de Abril concedida pelo pinóquio à RTP 1.

http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=72630&opiniao=Pol%EF%BF%BDtica+a+S%EF%BF%BDrio
” (...) Ele (Vale e Azevedo) olhou para mim espantado, e acabou por dizer:
– Arq.º Saraiva, está enganado! Eu tinha razão em tudo o que disse!
Percebi que não valia a pena contra-argumentar. O homem estava absolutamente convencido da sua verdade e nada o demoveria. Foi esta a ideia que me veio à cabeça no fim da entrevista com Sócrates na quarta-feira da semana passada (3 de Abril).
Sócrates e Vale e Azevedo são almas gémeas. Têm personalidades muito próximas. São ambos megalómanos, perseverantes, combativos e portadores de uma energia inesgotável, acham que não fizeram nada de errado mas levam instituições à falência, têm um enorme desplante, mentem com toda a convicção (porque parecem não saber distinguir entre a verdade e a mentira) e tudo aquilo em que se metem é nebuloso.
No princípio da entrevista, Sócrates garantiu que não seria candidato a Belém. Lembrei-me de que, dois ou três meses antes de assumir a liderança do PS, ele me disse que ia abandonar a política. Perante a minha insistência, respondeu-me que era uma decisão inabalável, pois Guterres tinha saído muito mal do poder e ele não queria passar pelo mesmo... (...).

Depois deste intróito, Sócrates atacou os que criticaram o seu regresso à TV, dizendo que o queriam calar, que pretendiam impedi-lo de se defender, que tal era antidemocrático e mostrava «o carácter dessa gente». Ele seria incapaz de fazer o mesmo a alguém.
Neste ponto da entrevista, senti um sobressalto: mas, afinal, quem pressionou a TVI para afastar Manuela Moura Guedes? Quem manobrou para pôr José Manuel Fernandes fora do Público? E Mário Crespo fora da SIC? Quem enviou Rui Pedro Soares a Madrid para comprar a TVI, em nome da PT, com vista a mudar-lhe a orientação? Quem deu instruções a Armando Vara, então administrador do BCP, para fechar o SOL?
Sócrates desencadeou uma ofensiva sem precedentes contra vários órgãos de comunicação social, e agora tem o desplante de se queixar de que não queriam deixá-lo falar? (...). Queriam amordaçá-lo? (...). A entrevista prosseguiu com Sócrates a rebater os «embustes» de que foi vítima e a corrigir a «narrativa» que se escreveu a seu respeito. (...). Sócrates fingiu, porém, que não ouviu. Continuou na sua (...) usou várias vezes um truque: acusou-os (os entrevistadores) de repetirem as «mentiras da direita» a seu respeito (...).
Um herói incompreendido. Quase um mártir.
Este tom perpassou por toda a entrevista. Sócrates nunca foi um carrasco – foi sempre uma vítima. pelo aumento da dívida. Uma vítima "dessa gente" que o queria agora calar. (...). 
A verdade é que há demasiadas interrogações no percurso de José Sócrates. 
Foi a coincineração da Cova da Beira, os mamarrachos da Câmara da Guarda, o diploma da Universidade Independente, o Freeport, o Face Oculta, o Tagus Parque…   
A propósito: de nada disto se falou na entrevista.”

A reter? Por exemplo, o pinóquio acha que não fez nada de errado, tem um enorme desplante, mente com toda a convicção, não consegue distinguir entre a verdade e a mentira.

 











terça-feira, 16 de abril de 2013

Um mestre da finança europeia



Mestrado falso obriga presidente do Eurogrupo a corrigir currículo

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, acaba de retirar do currículo um mestrado em Economia Empresarial, pela University College Cork (UCC), que nunca existiu naquela instituição.
A denúncia do Sunday Independent obrigou o ministro das finanças holandês a alterar o seu currículo oficial. O aldrabado currículo figurava em vários sites oficiais, incluindo o do Eurogrupo. 
O jornal inglês, citando fonte da referida universidade, garantia que o mestrado referido no currículo de Jeroen Dijsselbloem “não existia”. O Ministério holandês das finanças assumiu o erro, alegando que se ficou a dever a “uma fonte de informação incorrecta”. 
Mestrado? Nunca. Investigação? O rapazola não sabe o tempo que leva uma investigação.
“Informação incorrecta”? O cidadão holandês será parvo? 
Como as coisas correm, não me admiraria que o governo holandês se reunisse em sessão extraordinária para dar um voto de louvor à criatura pelas dedicação e competência demonstradas nos trabalhos de estabilização financeira mundial em geral e europeia em particular (que diabo, não podemos ter a presunção de sermos inovadores nestas abordagens). 
Não esquecer que este rapazola, génio da finança europeia (começam-se a descobrir tantos, incluindo cá) foi quem presidiu à reunião do Eurogrupo que decidiu o assalto aos depositantes cipriotas. 
Como constatam não é só cá ("invejoso" país do sul) que estas coisas acontecem (com Sócrates e Relvas) é também na europa “como deve ser”, a do norte, o que, confesso, me dá grande gozo. Imenso gozo.
Sim, não é só cá e começo a achar que a europa do euro sofre os efeitos de um tsunami de m...
 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Viva o grande líder!



Quem manda? Seguro, Seguro, Seguro.

António José Seguro obteve nas eleições directas realizadas no passado dia 14 de Abril 96,53% dos votos.
O seu único opositor (natural da Madeira) Aires Pedro obteve 3,46% dos votos e declarou-se “satisfeitíssimo” com o resultado. Contas feitas, dos 25735 eleitores, 24843 votaram “seguro” e 892 “ais”.
Seguro vai assim nomear a larguíssima maioria dos 1845 delegados ao XIX do próximo congresso do PS que, por sua vez, elegerão os que farão parte dos órgãos dirigentes do partido.
Coreia do Norte? Não. Lá o resultado seria 99,99%.
Voto de louvor depois de uma saída “segura”, como aconteceu com a criatura Relvas no
último Conselho Nacional do PSD? Não me admiraria.
Ambos, Seguro e Relvas, são os “merceeiros” dos seus partidos. Têm na mão as respectivas
máquinas partidárias, incluindo, respectivamente, os  “ boys do Sócrates e os “yes men” do
Durão. Ou será que Seguro tem estatuto de “homem de estado” e Relvas é apenas um
“cordeiro imolado”?
O futuro dirá mas, em qualquer circunstância, não estará longe dos “supremos líderes” do
denominado “bloco central”.
Seguro e Passos? "Espelho meu, espelho meu: há pior do que eu?"
                        


sábado, 13 de abril de 2013

Lavagem de relva

Voto de louvor a Relvas: Conselho Nacional do PSD - 13 Abril 2013.



 Pode ler-se na imprensa:
“O Conselho Nacional do PSD aprovou hoje um voto de louvor ao militante Miguel Relvas, no dia em que este deixou o Governo, subscrito, em primeiro lugar, por Sabrina Furtado, Luís Montenegro e Luís Menezes.
(…) o louvor ao ex-ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares foi aprovado por larga maioria, com um voto contra e três abstenções (174 votos a favor, três abstenções e um voto contra  de Virgínia Estorninho).
O documento descreve a actuação de Miguel Relvas como "de inexcedível lealdade à causa pública posto ao serviço de Portugal e dos portugueses" e enaltece "o seu contributo como militante e dirigente do partido, particularmente nos últimos cinco anos".
Para além do presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e do novo ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, encontram-se nesta reunião os ministros da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, da Saúde, Paulo Macedo, e da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.”
Palavras para quê?
Relvas foi uma nódoa como elemento do governo (como coordenador político, como responsável por relevantes assuntos - privatizações, reestruturação autárquica, entre outros), Relvas falsificou a sua morada legal lesando o Estado, Relvas mentiu ao Parlamento sobre a sua relação com Jorge Silva Carvalho e as secretas, Relvas tem o seu curriculum oficial com habilitações adquiridas sabe-se como.
Mas Relvas era (e aparentemente continua a ser) o encarregado da “mercearia” do partido, como tão bem foi caracterizado por reputado comentador político: Relvas tem o aparelho do partido na mão.
Um partido decente calava-se ou, se corajoso, eliminava. Mas o lixo está entregue a sabrinas e é apenas irrelevantemente varrido por isoladas (infelizmente) virgíneas. Coelhos, Brancos, Macedos, Paulas e Maduros estão com ele, o que é em alguns casos de admirar. 
Este é um partido do “arco da governação”: estamos feitos e o futuro de Portugal está entregue a esta gente ou a outra semelhante.
Envergonhem-se PSD´s, envergonhem-se.
Pensem eleitores, pensem e aprendam.



terça-feira, 9 de abril de 2013

Descaramento e falta de vergonha




Quando, no passado Domingo 7 de Abril,  questionado pela entrevistadora sobre eventuais semelhanças entre o caso de Miguel Relvas e as condições de obtenção da sua licenciatura Pinto de Sousa respondeu:
“Pois é, Isso ofende-me e essa sua pergunta dá-me a oportunidade de regressar a esse tema...quero começar por dizer isto: não sou o filho do insucesso escolar...estive seis anos no ensino superior...” e, mais à frente, reconhecendo que era elogio em boca própria, afirmou ter sido ex aequo o melhor aluno do seu mestrado no ISCTE.
Lembremos factos da sua frequência no ensino superior e, depois, os que viram e ouviram a criatura que tirem conclusões.
- 1979: Bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra (engenheiro técnico civil);
- 1987 a 1993: Matriculado na Universidade Lusíada para cursar Direito. Abandona o curso. (neste período participa no curso de engenharia sanitária na Escola Superior de Saúde Pública).
- 1994 (quinze anos após o seu bacharelato): Inscrição no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) para efeitos de obtenção do grau de licenciatura. Não termina o curso e após a frequência de apenas dez cadeiras semestrais muda de estabelecimento de ensino.
- 1995: Sem qualquer certificado de habilitações do ISEL, inscreve-se na Universidade Independente (UI) para efeitos de obtenção do grau de licenciado em engenharia civil. A sua candidatura é aceite. Frequenta cinco disciplinas, incluindo “Inglês Técnico”, e concluídas estas (cujas classificações são lançadas num domingo de Agosto) sai em 1996 com um diploma de licenciatura. Tudo envolto em “estranhezas” merecedoras de investigações jornalísticas e judicial. 
- 2005: Frequenta o 1º ano do curso de mestrado (com uma duração de dois anos) do Instituto de Ciências Sociais e Tecnologia e Arquitectura (ISCTE). Não conclui o curso.
- 2007: A Universidade Independente é encerrada compulsivamente pelo o então Ministro da Educação.
O Ministério Público, após investigações iniciadas em 2006, constitui 26 arguidos pelos crimes, entre outros, de associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documento, corrupção.

Estes são factos relacionados com as habilitações profissionais do engenheiro técnico civil José Sócrates Pinto de Sousa.
Sucesso escolar? Seis anos de ensino superior?  
                                                  A vergonha segundo Goya
                                                          http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Goya9.jpg
O caso Relvas é mais vergonhoso, como já ouvi afirmar?  Olhem que não, olhem que não. Mais patético talvez.
O homem tem qualidades de líder? Tem, mas o homem é um aldrabão.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O Coelho pós-Relvas



 Relvas cessou funções.

" (...)Inicío agora uma nova etapa da minha vida (...)só a História julgará com a objectividasde e a distância temporal indispensáveis a acção de cada um de nós enquanto político (...) os dois últimos anos foram de grande exigência (...) somam-se os três anos que os antecederam. Dois anos em que acreditei e lutei pela afirmação de um novo líder mais um ano em que acreditei e lutei pela eleição de um novo primeiro ministro (saio só por
entender que não tenho condições anímicas(...)". (Conferência de imprensa  de Miguel Relvas de hoje para comunicação da sua cessação de funções). 
Deste discurso pode concluir-se que: 1º Se está perante uma personalidade histórica; 2º Que Coelho deve a Relvas a sua actual posição política (a profissional é a que a seguir se resume); 3º Que a política exige qualidades anímicas (da alma) que Relvas confessa não possuir; 4º Que é politicamente incorrecto a possibilidade de associação da "licenciatura" de Relvas  a uma sua "cessação" de funções governativas.
 
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                                              rsousaqualityman.blogspot.com
Que será agora do Coelho sem Relvas? Qual é a dúvida? Continuará a caminhar com as suas reconhecidas habilitações políticas e profissionais: 
Formação académica: licenciatura em economia pela Universidade Lusíada (concluída e
2001, com 37 anos de idade). 
Percurso profissional: 
Até 2004, apenas actividade partidária na JSD e PSD.
A partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar cargos de direcção e
empresas do companheiro de partido Ãngelo Correia:
(2004-2006) Director financeiro da Fomentinvest, SGPS, SA; Administrador financeiro da
HLC Tejo, SA.
(2004-2009) Administrador-Delegado da Tejo Ambiente, SA;
(2005-2007) Administrador não executivo da Tecnidata SGPS; Administrador não executivo
da Adtech, SA;
(2005-2009) Presidente da Ribtejo, SA;
(2007-2009) Administrador executivo da Fomentinvest, SGPS, SA; Presidente da HLC Tejo
SA; Administrador executivo da Fomentinvest; Administrador não executivo da Ecoambiente, SA. 
Verifica-se que este homem "governante":
- Nunca trabalhou até aos 37 anos de idade.
- Nunca teve ocupação profissional digna desse nome.
- Não tem experiência de vida e de trabalho.
- Tem um miserável currículo profissional.
Sabe-se, também, que dá lições de comportamento a milhares de desempregados deste país: 
"Estar desempregado não pode ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma. Tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida. Tem de representar uma livre escolha, uma mobilidade da própria sociedade."  
Pedro Passos Coelho.
Ler mais em : 
http://expresso.sapo.pt/um-rapazola-a-quem-calhou-ser-primeiro-ministro=f725666

                                                             Koisasiloisas.blogspot.com
O que será do governo sem Relvas? O mesmo que foi com ele. Remodelação governamental 
com saída de alguns e entrada de outros (alguns revelaram-se bons ministros como, por
exemplo, Paulo Macedo, Crato, Miguel Macedo)? Fica tudo na mesma porque o necessário,
como é cada dia mais evidente, é uma mudança de política, de rumo, e com o rapazola
Coelho e o genial Gaspar tal é próprio do domínio da fantasia.  
Estamos falados.