Esta deslocação do
Presidente Marcelo aos EUA teve uma natureza relâmpago. Pelo que foi dito, a
“entrevista” teve uma duração de 30 minutos.
Fiquei maravilhado com
os comentários dos nossos crânios e “homens do tacho” políticos.
Dizem que foi um grande
feito da diplomacia portuguesa, que foi mais uma demonstração da invulgar maestria
cultural e malabarista do presidente da república.
Para nós, miserável
público, não foram divulgadas as questões maiores, tais como a base dos EUA nas
Lajes, a NATO e o problema da emigração.
E o que se soube pelos
media? Que Marcelo deu uma lição de história e de apertos de mão a Trump, o
que, dizem, foi estudado. O francês Macron e o japonês Shinzō Abe devem estar a
roer as unhas de inveja.
Soubemos que Marcelo
sublinhou (com caretas) a política trumpista sobre a emigração, que referiu
que, apesar da mais antiga aliança de Portugal ser com a Grã Bretanha, Portugal
foi o primeiro país a reconhecer a independência dos EUA o que foi feito com um
brinde com vinho da Madeira, que CR7 é o melhor jogador de futebol do Mundo,
que há 1 milhão e 400 mil portugueses e lusodescendentes nos EUA, etc.
E, “the last but not the least”, que Putin lhe tinha pedido para mandar
cumprimentos. Ridículo.
Uma teatral tristeza a
contrastar com o curto, infantil e também ridículo diálogo que Marcelo teve no
ano passado com a Raínha de Inglaterra.
Também soubemos que
Marcelo, após ter sublinhado o papel de Portugal como potência mundial futebolística e respondendo a uma interrogação de Trump, não recear uma candidatura
de Cristiano Ronaldo à presidência da República. Comentou que “Portugal não é como
os EUA”.
Também vi, no final,
Marcelo refastelado na cadeira tal como macho alfa, numa pose que “de estado” nada tinha, e Trump
sentado com a sua gravata vermelha caída, inclinado para a frente e de mãos
cruzadas pendentes, desanimadas. Elucidativo.
Afortunadamente, há uma
visita presidencial à China para confirmarmos a realidade marcelista a qual se
reflecte na “implausibilidade” (Vasco Pulido Valente dixit) de ele ter sido
eleito como mais alto magistrado da Nação.
Uma evitável ridicularia
foi o que foi a visita de Marcelo a Trump.
No comportamento, Trump,
representante de um país com mais de 300 milhões de habitantes, deu cartas ao
ser educado e contido com o “chefe” de mundialmente insignificantes 10 milhões
(na economia, no poder militar, na influência política).
D. Pedro I “o cru” cantava e dançava por Lisboa ao som de
"longas" com a populaça. Marcelo “o beijoqueiro” baila e tira
“selfies” com o povo. Passados 650 anos os tempos não mudaram.