Dados da Comissão Europeia:
Desde 2006, Portugal é o país do Sul da
Europa que mais incêndios florestais teve nos últimos 25 anos e
é um dos que tem uma maior área do seu território destruída pelo fogo.
Em Portugal, entre 1980 e 2006, houve doze anos em que os incêndios ultrapassaram os 100 mil hectares de área ardida por ano, tendo em 2003, chegado aos 420 mil hectares.
Em Portugal, entre 1980 e 2006, houve doze anos em que os incêndios ultrapassaram os 100 mil hectares de área ardida por ano, tendo em 2003, chegado aos 420 mil hectares.
Entre 1980 e 2006, houve
487.172 incêndios (cerca de 36,5% do total ocorrido nos países do Sul da
Europa). Neste período, a superfície ardida foi de 5.070.305 hectares
em Espanha, 3.128.592 em Itália, 3.121.776 hectares
em Portugal, 1.167.396
hectares na Grécia e 810.417 hectares
em França.
Quanto à área ardida em cinco países do Sul da Europa, entre 1980 e 2013, Portugal surge desde meados dos anos 90 como o país com mais hectares atingidos por fogos florestais, ano após ano. Seguem-se a Espanha, Itália, França e Grécia. Mas enquanto em Portugal a área florestal diminuiu 7 % em Espanha aumentou 30%.
A tragédia do passado Domingo dia 17 de Junho (porque de tragédia se tratou com um número de mortes – 62 - nunca atingido mesmo no passado longínquo) trouxe consigo, para além de três dias de luto nacional que reflectem a “dor e solidariedade” dos responsáveis do Estado, um rol de “reflexões”.
Porque, dizem, se trata de um problema de prevenção, de ordenamento do território, de insuficiência de meios humanos e materiais e de etecetera. É verdade. E a coordenação entre todos os intervenientes (Bombeiros, GNR, INEM, forças militares, meios aéreos...)? Não houve, embora haja uma Autoridade Nacional de Protecção Civil. E a correcta e cabal informação a todos os intervenientes? Não houve, embora haja um sistema integrado de informação, o chamado SIRESP, que custou ao Estado cerca de 500 milhões de euros mas que não funcionou.
Que tudo se deveu a invulgarmente altas temperaturas (ultrapassaram os 44ºC), à muitíssimo baixa humidade do ar, a ventos fortíssimos e cruzados.
Sim, as muito adversas condições atmosféricas são incontestáveis mas não explicam os 47 mortos que na sua fuga ficaram encurralados numa estrada nacional invadida por chamas, de um lado e outro, que ultrapassaram as copas de árvores plantadas junto às bermas. Segundo a GNR a estrada não foi cortada por falhas nas comunicações e falta de meios: uma viatura, dois guardas no terreno e um no posto...
Sim, o muito baixo “tecto”
dificultava, pelo muito fumo, qualquer combate aéreo. Quanto à área ardida em cinco países do Sul da Europa, entre 1980 e 2013, Portugal surge desde meados dos anos 90 como o país com mais hectares atingidos por fogos florestais, ano após ano. Seguem-se a Espanha, Itália, França e Grécia. Mas enquanto em Portugal a área florestal diminuiu 7 % em Espanha aumentou 30%.
A tragédia do passado Domingo dia 17 de Junho (porque de tragédia se tratou com um número de mortes – 62 - nunca atingido mesmo no passado longínquo) trouxe consigo, para além de três dias de luto nacional que reflectem a “dor e solidariedade” dos responsáveis do Estado, um rol de “reflexões”.
Porque, dizem, se trata de um problema de prevenção, de ordenamento do território, de insuficiência de meios humanos e materiais e de etecetera. É verdade. E a coordenação entre todos os intervenientes (Bombeiros, GNR, INEM, forças militares, meios aéreos...)? Não houve, embora haja uma Autoridade Nacional de Protecção Civil. E a correcta e cabal informação a todos os intervenientes? Não houve, embora haja um sistema integrado de informação, o chamado SIRESP, que custou ao Estado cerca de 500 milhões de euros mas que não funcionou.
Que tudo se deveu a invulgarmente altas temperaturas (ultrapassaram os 44ºC), à muitíssimo baixa humidade do ar, a ventos fortíssimos e cruzados.
Sim, as muito adversas condições atmosféricas são incontestáveis mas não explicam os 47 mortos que na sua fuga ficaram encurralados numa estrada nacional invadida por chamas, de um lado e outro, que ultrapassaram as copas de árvores plantadas junto às bermas. Segundo a GNR a estrada não foi cortada por falhas nas comunicações e falta de meios: uma viatura, dois guardas no terreno e um no posto...
Que a explicação também está nos baldios com os seus terrenos não limpos e na falta de água (sempre escassa).
Sim, a floresta (que é o nosso "petróleo") continua vulnerável ao fogo e tudo aquilo que ninguém nega não é desculpa porque a questão não é de hoje, tem dezenas de anos.
Disse o Marquês de Pombal, depois
do terrível sismo de 1755, que era “tempo de enterrar os mortos e cuidar dos
vivos” e promoveu de imediato a construção de uma cidade nova destruída pelo
maior sismo registado na história da humanidade.
O tempo que passou após os
enormes fogos que assolaram o território nacional desde os últimos 30 a 50 anos dariam para
construir várias cidades devastadas por desastres naturais ou por guerras,
apenas com os meios humanos e materiais de há quatro séculos.
A explicação da tragédia também está na
incompetência e, sobretudo, na incúria e criminosa passividade dos que têm governado este desgraçado
país. Após poucos dias do controlo da catástrofe ficaram
de lado o choro, os beijos e abraços de condolência e
começou a caça aos possíveis culpados; os "outros" como sempre. As eleições autárquicas estão à porta…